"Na parede de um botequim em Madri, um cartaz avisa: Proibido cantar. Na parede do aeroporto do Rio de Janeiro, um aviso informa: É proibido brincar com os carrinhos porta-bagagem. Ou seja: ainda existe gente que canta, ainda axiste gente que brinca."
Eduardo Galeano
Ao ler, mais uma vez, tal frase no meu caderno de história, me inspirei para deixar um registro aqui. O (grande mestre) Eduardo Galeano se expressou de um modo mais poético, mas ainda com a mesma essência, venho defender a importância em existir a ala do contra, a oposição. São essas pessoas que impulsionam o mundo a girar e fazem as coisas acontecerem, seja criticando, desobedecendo, refletindo, contradizendo, discutindo... Enfim, demonstrando que sempre, sempre há um outro meio de fazer, um caminho diferente a tomar, uma nova possibilidade, uma segunda opção.
É pequena a parcela da população capaz de pensar pela "esquerda", pois como regra, as pessoas apenas usufruem a praticidade de absorver instantaneamente o que lhes é repassado, ainda mais intensamente com o crescimento da mídia e aquela kal toda de manipulação em massa. Por outro lado, sempre existiram e, creio eu, sempre existirão aqueles que contradizem, mesmo que vivêssemos na ditadura do Grande Irmão (vide 1984). Já faz parte da natureza humana essa essência desbravadora, intencionada a descobrir novos meios para fazer do melhor jeito, do seu jeito. Na verdade, aprendemos a ser assim pela seleção natural. Imagine só se todos os humanos fossem simples autômatos inertes... Nunca teríamos descido das árvores! Não existiria nada do que hoje vivenciamos por civilização. Não teríamos inventado fogo, nem roda, nem música, nem cachorrinho de estimação, nem calças jeans, nem Brasil, nem EUA, caneta, televisão (não que isso fosse algo ruim) ou escovas de dentes! Claro que isso não é aplicável na atualidade, mas a essência, o jeito de agir e de pensar, continuam os mesmos, é esse "instinto alternativo" que se faz tão importante.
A ciência é baseada nisso, os grandes cientistas foram os que provaram que o outro estava errado, tanto Darwin ao derrubar Lamarck, como Pasteur o fez com Aristóteles e Copérnico com a Bíblia, por mais que as teses antigas já fossem amplamente aceitas. Mas também não há mal nenhum em errar, pois errando se dá a base para um próximo acertar, o importante é observar, criticar e agir.
Então, vida aos Guevaras e Darwins da nova geração!
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