Até onde vai a nossa liberdade? Será que nos expressamos individualmente ou somos manipulados para pensar assim? A sociedade atual tende a exterminar as liberdades individuais, levando a uma nova ética social que impõe a padronização em massa dos indivíduos. Mas uniformidade e a liberdade são contraditórias, pois física e naturalmente cada ser humano é exclusivo. Somos todos semelhantes quanto à maioria das nossas funções biológicas vitais e dos comportamentos instintivos, mas somos individuais no que diz respeito ao desenvolvimento e expressão da mente e da maneira de pensar. Qualquer cultura que procura padronizar o indivíduo humano comete um ultraje contra a natureza biológica do homem, ao gerar indivíduos incapazes de pensar por si próprios. A unificação das opiniões torna a população uma massa de indivíduos ingênuos e perigosamente manipuláveis, ao terem suas potencialidades críticas, éticas e racionais reprimidas. Esse raciocínio é altamente aplicado na propaganda política e na comercial, além de constituir a base dos governos totalitários. Por totalitário temos basicamente os governos ditoriais, mas até que ponto a nossa democracia vigente é mesmo liberal? Na realidade, encontramos muito de totalitário nos Estados de hoje. A padronização continua sendo um mecanismo ativo sobre a população, que é manipulada segundo as intenções governamentais ou de poderosas forças econômicas.
A busca da perfeita ordem no campo político é perigosa, a beleza da boa ordenação é aplicada como justificação para o despotismo. Como já foi dito, um povo padronizado é extremamente volátil às intenções das forças dominantes, o que representa o maior dos perigos à liberdade dos homens. Essas forças dominantes fazem proveito dessa debilidade crítica da população em benefício próprio, gerando uma elite política e econômica composta por pouquíssimos indivíduos frente a uma gigante massa débil a seu dispor. Conscientes de tudo isso, é lógico que não devemos mais nos deixar manipular por esses governos autoritários. A solução não é o anarquismo radical, o ser humano anarquista é aquele pré-histórico, vivendo em pequenos grupos e sobrevivendo da caça e da coleta, numa situação onde a inexistência de governo era algo sustentável. Mas hoje nossa sociedade é muito mais desenvolvida, vivemos em grupos urbanos muito maiores, lidamos com uma comunidade bem mais complexa, e por isso um governo se faz necessário. O governo ideal é aquele que age apenas como mediador na organização da sociedade e não é intervencionista nos âmbitos individuais. A organização é indispensável dentro da sociedade atual, mas na dosagem certa e dentro de limites que respeitem igualmente todos, pois a liberdade tem seu sentido numa comunidade auto regulamentada composta por indivíduos ativos que colaboram livremente.
Em meio aos núcleos urbanos geralmente são detectados alguns indivíduos que divergem do padrão típico da massa, me referindo, nesse caso, à aspectos basicamente comportamentais. São exemplos de comportamentos desviantes, e como regra, são alvos de preconceitos por parte do restante da população, sendo que esses preconceitos justamente são concebidos à massa manipulável por interesses das forças dominantes. Esses comportamentos atípicos costumam ser interpretados como atos sem razão nem sentido, a típica rebeldia sem causa. Piercings, tatuagens, visuais e artes alternativas são maneiras encontradas por essa margem social para expressar suas individualidades. Antes de diferentes, eles querem ser eles mesmos, sem barreiras, dogmas ou preconceitos. A expressão disso é uma forma de causar algum impacto na sociedade, que apresente possibilidades alternativas, como a de que é possível fazer diferente e ser você mesmo, de que se deve buscar e lutar pelos seus próprios ideais e jamais se calar frente às autoridades corruptas. O punk é um típico movimento com esse fim, e no seu estouro, o impacto causado foi bem intenso. Os punks queriam chamar a atenção, queriam acordar a sociedade alienada para as irregularidades e injustiças da comunidade londrina pós segunda revolução industrial da década de 70. Existem muitos outros movimentos ligados a causas semelhantes, como é o caso do hippie. Aqueles que renegam a sociedade urbana e se isolam em lugares pouco habitados ou viajando pelo mundo geralmente também tem uma causa política-social como pano de fundo.
Somos todos diferentes, e temos o direito de o ser! Vamos expressar nossa individualidade, vamos ser quem queremos ser, vamos fazer o que temos por correto! Basta de forças ocultas manipulando nossas atitudes, basta de governos corruptos sugando nossa liberdade em benefício próprio! Queremos igualdade de direitos e de deveres, queremos justiça! Sim, expressemos nossas individualidades, combatamos os que as reprimem, mostremos que é possível mudar! Não nos calemos, chega de conformismo! Seremos a imortal resistência!
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