Bem além de somente mais uma vertente musical, e diferente do que acontece com o pop e demais estilos "inferiores", o punk - ainda mais do que o rock em si - é uma filosofia de vida. E falo sério mesmo, o punk representa a liberdade em seus sentidos mais amplos e minuciosos, o punk defende o "faça você mesmo" e jamais dependa de alguém supostamente superior para chegar onde você quer. O punk quer que seja você mesmo e não se importe tanto com o que os outros vão pensar, na realidade, o punk quer que os outros se danem. Mas, mesmo adotando postura livre de preconceitos, é um dos principais alvos.
Ainda mais importante do que dizer que vai além de um estilo musical, é insistir em que o punk não é - de maneira alguma! - sinônimo à violência, ao junkie way of life e nem mesmo à anarquia. O punk é muito, muito mais do que o empurra-empurra das rodas punks (mas confesso que elas são bem legais). Pode - e provavelmente foi mesmo - banalizado por alguns pseudo-punks-muy-locos-rebeldes-traidores-do-movimento que, sem ideologia nenhuma nem muitas boas ideias na cabeça, passaram uma imagem completamente distorcida do que é o movimento em si. Porém, aquilo que geralmente as pessoas se esquecem - ou são induzidas a não notar - é que esses "aspectos negativos" estão presentes em todos os lugares, desde a periferia urbana até as festas nos iates. Em nenhum momento a violência ou as drogas puderam ser observadas como restritas à comunidade punk, mas sim representando um fenômeno da sociedade em geral.
Por fim, quero deixar claro que o punk não é feio, o punk é lindo. O punk não é o visual, não tem a ver, necessariamente, com rebites, spikes, piercings, tatoos, coturnos e calças rasgadas, mas bem pelo contráio, o punk simplesmente deixa você ser como estiver a fim. O punk deixa você gritar quando tiver vontade, ele deixa você se expressar, deixa você pensar por si mesmo e ser livre para escolher, para tentar.
Obs.: Eu ainda acho que todas as pessoas realmente legais e inteligentes desse mundo, no fundo, são punks, mesmo sem saber e, talvez, mesmo sem deixar que os outros saibam.