"Ser patriota é achar que seu país é melhor que o do outro pelo simples fato de você ter nascido nele." - Oscar Wilde.
O orgulho de uma linha imaginária é um dos sentimentos mais ignorantes que o ser humano pode ter. As fronteiras funcionam para separar pessoas, para determinar o que é de um e o que é de outro, o que um pode e o que o outro não. Elas fomentam o ignorante sentimento nacionalista de pensar que se é melhor que o outro por ter nascido em outro território. O patriotismo garante que as fronteiras separatistas sejam bem respeitadas, para que latinos não se misturem com norte-americanos nem europeus com africanos e árabes. Ele serve para impor a tirania e regras que motivem guerras, para que jovens morram defendendo cegamente sua pátria e não se apeguem à ideais igualitários, libertários e de justiça. Fronteiras são o símbolo da desigualdade, da injustiça social, do preconceito, da xenofobia, simplesmente porque nos fazem acreditar que somos diferentes dos que estão do outro lado. E elas são sustentadas pelo nacionalismo, que faz com que as pessoas defendam a soberania de seu estado, oferecendo suas vidas para proteger um pedaço de terra, uma bandeira. O nacionalismo prende cada um dentro de sua fronteira, garantindo o sistema governamental extremamente corrupto e injusto que vigora atualmente em todo o mundo, onde o poder é concentrado na mão de poucos, em detrimento de muitos. Tudo está relacionado e é decorrente, a desigualdade social entre os países provêm do protecionismo fronteiriço nacionalista das nações ricas, que descaradamente impedem o desenvolvimento das mais pobres, agindo no arcaico, mas funcional, sistema imperialista de colônia-metrópole. É claro, esse sistema só ainda está em uso pois é sustentado pelos patriotas ufanistas que o aceitam abertamente, assistindo e aplaudindo a tudo que sua pátria promove. As desigualdades sociais dentro de um país, que é o grande problema dos subdesenvolvidos (ou em desenvolvimento, que seja), como o Brasil, é decorrente dessa hierarquia entre as nações e da ideologia que ela prega.
A solução não é um mundo sem nações e sem fronteiras. Os problemas atuais estão no modo como tais estruturas estão articuladas. Fez parte da evolução do ser humano passar a viver em comunidades separadas, mas o deterioramento das outras comunidades, sem dúvidas, não faz parte dessa evolução. O internacionalismo não é uma doutrina que fere o a estrutura dos Estados, é uma corrente que afirma que nossa época exige a definição de objetivos políticos que excedam os limites históricos, geográficos e constitucionais das nações, e decorre do desenvolvimento do método consensual e contratual. Defendo que as nações, os estados e os municípios devem estar articulados num conjunto mutualístico, em que o desenvolvimento de um seja interno, sem prejudicar o outro. Agindo num sistema equilibrado, todas as nações serão auto-suficientes nos requisitos básicos, como saneamento e educação, já o desenvolvimento de aspectos secundários de uma nação completará a outra em que tais aspectos estejam em detrimento, e necessariamente o contrário também deverá acontecer. É inquestionavelmente mais vantajosa a homogenia de nações medianas, mas estáveis, do que um sistema hierárquico de poucas nações ricas e inúmeras pobres. Tal sistema é insustentável, e em uma hora ou outra entrará em colapso. O sucesso coletivo de forma nenhuma impede o sucesso individual, mas pelo contrário, o individual deve ser conseqüência do coletivo. É preciso que as pessoas assimilem essa idéia e ignorem a manipulação ao ufanismo exercida pelos governos patriotas. É essencial apagar esse sentimento de superioridade determinado pelas fronteiras, é preciso aprender a agir em conjunto para o sucesso coletivo. Para isso são necessárias reformas nos sistemas mundiais, tanto no capitalista como no governamental. A revolução começa em você, mude, pense, faça diferente. Isso não é para ser um sonho, uma idéia sentimental, uma utopia, é algo real e necessário, que deve ser posto em prática. As pessoas nascem e vivem entre grades, deveriam estar cansadas de tanto conformismo, e eu quero um futuro diferente. Vamos ser e viver a resistência, somos todos macacos em evolução independente do pedaço de terra onde nascemos. Lute pela igualdade. Viva pela liberdade.
“Tire suas mãos de mim / Eu não pertenço a você / Não é me dominando / Que você vai me entender / Eu posso estar sozinho / Mas sei muito bem onde estou / Você pode até duvidar / É só que isso não é amor.” (Legião Urbana)
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