quarta-feira, 30 de março de 2011

Por mim e mais ninguém



Eu não preciso de gente ao meu redor constantemente, eu não preciso bater papo com cinquenta pessoas diferentes a cada dia para me sentir feliz. Não vejo problema nenhum em fazer as coisas sozinha. E o mais significativo: acho que prefiro assim mesmo. Não tenho muita paciência pra muitas conversas, só às vezes, quando estou a fim. Não quero ficar puxando saco ou agradando alguém. Me sinto bem só, eu gosto de mim e gosto de conviver comigo. Não faço questão de ter gente em minha volta, assim só por ter. Na verdade eu não gosto de muitas pessoas, mas quando gosto pode ter certeza que é com sinceridade. Portanto, se eu me empenho em falar e conviver com você, é por que realmente vou com a sua cara. Até posso me "esforçar" mas, sinceramente, não é uma ideia que me agrade muito. Simplesmente fico mais a vontade desse jeito, com poucas palavras. E eu também vejo beleza nessa que vou chamar de "auto-suficiência" social, é belo ser independente, sentir-se bem e em paz consigo mesmo. Poder sair às ruas sozinho e satisfeito por isso. Simples assim. Chato é quando as outras pessoas veêm problemas nisso. Grande coisa.

sábado, 26 de março de 2011

Carrofilia

Eu odeio carros. Odeio a importância estúpida que a sociedade brasileira dá ao fato de possuir um, dois ou três automóveis na garagem, quanto mais novos, modernos e caros forem, melhor, é claro. Eles não são tão necessários assim, não devemos pensar que dependemos deles para ir a qualquer lugar, por que há, ou deveria haver, alternativas. Uma cena revoltante é se deparar com engarrafamentos gigantescos, protagonizados por dezenas de carros com uma ou duas pessoas dentro, sabendo que eles acontecem todos os dias em todos os lugares, mas o pior ainda é perceber que isso é visto com uma normalidade absurda pela grande maioria.
Para quê? Eles são poluentes, sujam a cidade e sua presença sempre excessiva pelas ruas atrasa e estressa milhares de proprietários, pedestres e ciclistas todos os dias, em praticamente todas as cidades do país. A sociedade de consumo quer que você esteja sempre com o carro do ano em sua bela garagem, ela só quer seu bem, quer te fazer ficar na moda e aumentar seu status frente seus amigos e colegas de trabalho. Se bem que, no fundo, o que ela quer mesmo é que você possua todo e qualquer produto que ela lhe oferecer, e que você encontre prazer, muito prazer nisso. Mas convenhamos, todos sabemos que você não é uma marionete dessa fervorosa sociedade ridicularmente capitalista. Não é? Ou é? Bem, não deveria ser. Não deveria, mesmo.
Se estão todos felizes andando com seus carrinhos e levando 1,5h para chegar ao trabalho, por que o governo iria se preocupar em mudar alguma coisa nisso tudo, não é mesmo? Ainda mais se as gigantes multinacionais aumobilísticas fizerem alguma pressãozinha. Mas que se fodam as multinacionais ou a falta de interesse político - isso tem que mudar, logo. Ciclovias e metrôs, até corredores de ônibus já ajudam. Mas que sejam metrôs e ônibus descentes, por favor. Queremos que seu uso seja algo normal, corriqueiro, óbvio e agradável, para que tanto o pedreiro como o alto executivo ande neles, sem ser alvo de nenhum tipo de preconceito ou rejeição social por isso.
A questão não é não gostar de carros - eu mesma acho alguns modelos muito bonitos e quero ter um algum dia -, a questão é fazer isso de maneira plenamente consciente e responsável. O que eu gostaria que as pessoas entendessem é que carros não são essenciais, não é bonito sair de casa dentro de um todos os dias da semana. Eles são úteis, é claro, e podem ser necessários em certos momentos, mas há como viver muito bem sem eles também.