quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Capitalismo Sustentável

Utopias, hipocrisias, mentiras, roubos, injustiças... Chega! Isso tem que ter um fim! E já! Lutamos tanto tempo para se ter um democracia, um sistema decente que garantisse a nossa liberdade e direitos. E o que vemos é totalmente contrário. Nosso sistema está um colapso, insustentável. Já tentamos comunismo, socialismo, anarquismo, autoritarismo e agora capitalismo. Apesar dos ideais pretendidos pelos respectivos sistemas serem muito bonitos e aparentemente aplicáveis, mostraram ao longo da história que não passam de utopias inatingíveis. Revoluções, greves, golpes de Estado, igualdade, fraternidade e liberdade, entre outras não passaram de slogans para que alguns obtivessem aquilo que desejassem. Quando chega o momento de colocar em prática tudo aquilo que foi escrito e prometido, o povo é deixado na mão, não podem se expressar, exercer sua individualidade humana, corrompidos por uma autoridade arcaica, cometendo atrocidades iguais ou piores que seus antecessores.
Nos governos comunistas, antes da tomada do poder, lutavam para tirar czares e ditadores impiedosos, por uma igualdade e melhores direitos para o povo. Quando assumiram o poder, tornaram-se ditadores piores, não permitindo a preciosa liberdade, mantendo a população sob condições limitadas enquanto as autoridades usufruíam de todo o conforto. Estavam fazendo exatamente aquilo pelo que lutaram contra.
Ao adotarmos o capitalismo deixamos a luta pela igualdade de lado, existindo uma discrepância entre as classes sociais, ou muito pobres ou muito ricas, não existindo direitos a uma educação e saúde pública decente. Em um sistema onde é possível a democracia, temos governantes ruins, incapacitados, ladrões, mentirosos e que se aproveitam dessa discrepância, dando aquilo que o povão precisa, prometendo mundos e fundos, e não cumprindo nem metade. O lado bom de um sistema estava presente em um e ausente em outro.
É próprio da natureza humana a ambição, a busca da superioridade para a prevalência de seus genes egoístas. Também foi desenvolvido devido a convivência em sociedade a necessidade de um líder que orientasse a população, mostrando o que deveria ser feito, da melhor forma possível. É por essa maneira, que o comunismo não deu certo, o autoritarismo fracassou, o anarquismo mal se concretizou e fomos seduzidos pelo capitalismo. Mas a maneira que este último está sendo aplicado foge muito dessa utopia primitiva. Os ideais da Revolução Francesa, exemplo para outras tantas, e marcou o fim do absolutismo e o início da era conteporânea, foram deixado de lado, ou até mesmo esquecidos. Vivemos em uma constante seleção social, onde aqueles que possuem maiores condições financeiras ganham um status e os outros sucumbam na pobreza física e intelectual.
É necessária a criação de um novo sistema, onde seja levado em conta as necessidades primitivas humanas e os antigos ideais. Uma nova aplicação do capitalismo, um capitalismo sustentável.
Dessa maneira, como cidadãs revoltadas com as mentiras e cansadas com tamanha desigualdade, conceituamos uma nova maneira de governo. Nossas primeiras decisões seriam elevar radicalmete a qualidade da educação e da saúde públicas, fazendo que tanto ricos e pobres tenham a possibilidade de estar no mesmo patamar. É revoltante ver um fila de pessoas esperando por um acesso gratuito e alguém que possui plano de saúde, ou seja pago, passe na frente e receba um atendimento melhor, sendo seu caso nem tão grave como daqueles que estão na fila. Com uma educação igual haveria uma maior capacitação, gerando mais empregos e acabando com a miséria. Não haveria espaço para aquela velha desculpa da falta de oportunidade.
Erradicaríamos a fome, pois boa parte do orçamento não seria torrada em programas como Bolsa Família, esse dinheiro seria empregado em empreendimentos na área de saúde e educação, e logo, por consequência, todos teriam o suficiente para se sustentar. Um grande controle de natalidade também se mostraria essencial. Dois filhos no máximo traria o fim da superlotação e da escassez de comida. Adotar projetos de planejamento familiar eficientes e, após a cota máxima de filhos, procedimentos cirúrgico como laqueadura e vasectomias seriam a solução. Respeito ao meio ambiente seria levado em altíssima conta. Devemos preservar nossa casa comunitária, o nosso planeta. Dia da árvore, feriado nacional! Vastas pesquisas seriam incentivadas pelo governo e a concientização seria intensamente abordada desde o primeiro ano escolar. Reciclados, biodegradáveis e energia limpa tornariam-se parte do dia-a-dia. Respeito a outras espécies também seria fundamentado. Testes em animais, comércio de filhotes e pedigrees, abates fora de controle, aplicações fúteis de defuntos de outras espécies. Tais crueldades seriam inadmissíveis. Um controle de natalidade também seriam aplicados a eles, e controles de zoonoses seriam rotina.
Liberdade de expressão seria lei. Quem não estivesse satisfeito com algum aspecto do novo sistema, poderia falar o que quiser. Revoltar-se e expressar sua opinião seria um direito respeitado e exercido. Se as expectativas não fossem atingidas, que se faça melhor ou vá embora. Não haveria religião oficial, e sim uma liberdade para acreditar no que quiser, ou em nada... Desde que não ultrapassasse a liberdade alheia e não manipulasse nem prejudicasse outros credos. Preconceitos quanto a qualquer coisa seriam desencorajados pelo senso comum.
Afinal, como diria John Locke... "O meu direito termina onde começa o direito do outro". Se alguém infringisse a lei de qualquer forma, pagaria em intensidades diferentes, conforme seus delitos, em campos de trabalho industriais. Os criminosos não seriam mais aglomerados em prisões extremamente precárias, consumindo parte do orçamento e facilitando o desvio de verbas, mas sim trabalhando e contribuindo para o próprio sistema.
Seríamos uma sociedade alternativa, sustentável, com uma cultura própria, unificada pelo desejo de mudança e progresso, finalmente fazendo jus ao que diz a nossa bandeira. Finalmente veríamos alguma Ordem e Progresso.
Ahh... Se fossêmos eleitas...

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