sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Anarquia

Anarquia é o topo, é o crème de la crème, é o ideal supremo, é o fim, não há nada mais a alcançar numa sociedade anarquista. Basicamente: igualdade e liberdade, em seus sentidos mais puros e intensos. Todos são iguais, pouco importa até as coisas mais óbvias, como orientação sexual ou religiosa (aliás, nesses termos, nem haverá mais religião alguma). É um estado pleno, de paz. Parece loucura relacionar anarquia com paz, mas uma vez em que todos são anarquistas e compreendem o que isso significa, não faz sentido haver algo a mais do que a paz em sua concepção mais profunda. O termo significa a abolição de toda forma de poder e anulação das regras. De qualquer maneira, num estágio intelectual onde se é capaz de compreender a anarquia e, principalmente, se é capaz de viver através dela, o governo e as leis são, de fato, inúteis. Todos podem fazer o que bem entenderem, mas terão que arcar com as consequências, pois o outro também tem o direito de agir como lhe convir. Essencialmente, não há nada que possua o direito que manipular as pessoas, estipular ordens e ditar o que é certo e o que é errado. Nascemos livres, não há nada que possa intervir nisso. Mas, como não poderia deixar de ser, só seria sustentável a partir do ponto em que as pessoas conseguissem conviver pacificamente com isso. Além de leis, no mundo anarquista também não existiriam fronteiras, é tão estúpido estipular territórios delimitando países diferentes, os quais passarão a existência inteira tentando ser melhor que os outros. Ainda mais num contexto completamente igualitário.
Obviamente, é impossível implantar uma sociedade assim nos dias de hoje. Não é questão de instituir o anarquismo de uma hora para a outra. Ele é parte da evolução da sociedade, e assim, gradualmente, ele vai se infiltrando. Uma hora chegará o dia do seu triunfo colossal sobre tudo o que já existiu antes. Para as massas de hoje, contituídas por fervorosos capitalistas, o anarquismo é loucura, é baderna, é o caos. E se fosse vigorado pelas pessoas dessas massas de fato seria tudo isso. Estamos muito (muito mesmo) longe de alcançarmos essa sociedade, ainda completamente utópica. No máximo, podemos especular sobre. O importante é ir quebrando preconceitos estabelecidos pelo frágil e corrupto sistema atual, e modifica-lo da maneira que for possível dentro de seus próprios padrões.

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