quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Do Big Bang ao Tiririca

- Minha meta pras férias é ler todos esses livros aqui.
- Bah, legal. Por quê tu comprou O Relojoeiro Cego se eu tenho ele?
- Ah, eu comprei há um tempão, nem sabia. Pena que não tem a barra do lado que nem os outros, pra poder por todos um do lado do outro, e olha que é da mesma editora...
- Eu nunca li os livros dele.
- Ah, eu gosto bastante, mas acho que são muitos e as coisas acabam ficando meio repetidas... Acho que se tu ler O Gene Egoísta e Deus, um Delírio, já tá bem bom.
- Tem uma teoria que contradiz essa história do gene egoísta, mas eu não vou afirmar nada por que não conheço muito bem no que se baseia...
- Bem, resumidamente é aquele negócio de que os genes só estão preocupados em se replicar e sobreviver no pool gênico da população, e nada mais do que isso.
- A evolução não está nem aí para os indivíduos, mas genes estão preocupados com eles sim, os genes dependem dos organismos. Eu diria que os genes egoístas são uma desregulação, tipo o câncer.
* pausa para meditação *
- É, entendi.
- Na verdade não tem muito por que a célula não enlouquecer. Gosto de pensar que o mundo existe há uns 3,6 bilhões de anos, mas só há 3,6 bilhões que surgiu alguma coisa pluricelular. Nesse bilhão de anos a única “preocupação” foi em dar um jeito de se sustentar e se agregar pra formar um organismo.
- Bilhões e bilhões.
- Um bilhão de anos é muita coisa.
- Sabe, isso faz pensar se, tipo, o nosso conceito de vida não é egoísta. O que existia por esse tempo todo? Será que não tinha vida?
- Tu já falou algo parecido uma vez, mas sei lá, parece meio estranho. Acho que o mundo em si é um organismo.
* nova pausa para meditação *
- Mas tipo, considerando que só existiam coisas orgânicas e minerais em cima do planeta? Aí também depende muito do teu conceito de vida né.
- O que é vida?
- Acho que o que define vida é se auto-sustentar, ter um metabolismo, um sistema funcionando. Mas não necessariamente um metabolismo humano, com órgãos e tudo mais, desde que funcione organizado como um todo. É, então a Terra pode ser um organismo.
- * win!!! * (again)
- Então o ser humano seria como um parasita para a Terra!
- Boa definição.
- Ele estaria absorvendo o que o planeta oferece e depositando seus produtos, tipo o CO...
- O ser humano tira de baixo da Terra o que ela levou muito tempo pra colocar lá embaixo.
- É como a gente transformando um composto natural do organismo numa versão tóxica. Tipo aminoácidos e uréia. Acabamos desregulando o metabolismo do mundo. Colocando pra cima coisas que por algum motivo foram postas para baixo.
- Apesar de tudo, acho que o ser humano também é a única espécie capaz de reverter essas coisas. Tipo, daqui a algum tempo o Sol vai queimar a Terra, e talvez conseguiremos impedir isso. (como se então fossemos transformar a uréia que geramos para o mundo em urina - pensei nisso agora hahaha)
- Acho que o próprio ser humano ajudou a causar isso né, ou pelo menos acelerar.
- É... Também depende muito da noção de o que é tempo.
- Sim, a nossa noção de tempo é coisa da nossa cabeça né. Como será que os outros animais percebem o tempo? Tipo, uma formiga.
- Tem um negócio de que os cachorros so percebem dois tempos. Um tempo curto e um tempo longo. Tipo, se tu for no mercado é a mesma coisa do que se tu foi viajar por 6 semanas. Os dois são um tempo longo, e o cachorro vai reagir da mesma maneira.
- Bah que massa. Deviam fazer isso com mais animais. Deve ter uns testes pra medir isso.
- Sim deve ter...
- Se levou um bilhão de anos até que conseguíssemos surgir como vida, aí vem o ser humano e escuta funk. Escuta funk, anda de carro, polui, briga e elege o Tiririca.
- Hã? Acho que eu ouvi Tiririca.
- Sim, eu disse que elege o Tiririca.
- Eu não acho que isso seja ruim. Logo tu, punk, falando assim do Tiririca! Hahaha
- ...
- Eu gosto do Tiririca. Acho que ele é muito importante.
- (ai meu deus)
- Tipo, ele representa que qualquer um pode se tornar político, e desmistifica o cenário.
- Hum... É mesmo, nunca tinha pensado nisso. Acho que a maioria das pessoas não pensa diretamente assim também, mas no fundo todas elas devem chegar em algo nesse sentido.
- Claro. Tiririca = palhaço e Tiririca = político, logo palhaço = político.
- Haha, é. Ele serve como um com símbolo.
- Mas acho que, tipo, eleger o Romário não é a mesma coisa. Ele tem aquela fama por ter conseguido a Copa pó Brasil e blábláblá, logo fica um negócio meio endeusado.
- Sim...
- Mas eu também sou meio parcial pra falar do Tiririca, como eu gosto dele, acho muito engraçado. Ele conta piadas que não tem graça, e isso é muito engraçado. * Tiririca blábláblá, Tiririca é legal, blábláblá, como o Tiririca é legal, blábláblá. *
- Tá, pára de falar do Tiririca. Pára de pensar no Tiririca.
- Tu não pode controlar meu pensamento.
- Posso sim, to mandando. Pelo menos só pensa nele, em silêncio.
- * pensando no Tiririca e rindo sozinho *
- Poxa, nós aqui falando de mundo e tu me vem parar o Tiririca!
- Mas acho que tem tudo a ver. Talvez o Tiririca seja mais importante do que se pensa.
- Tá, é...
- * pensando no Tiririca e rindo sozinho *
- * foi levar a louça pra cozinha *
* 5 min *
- Isso daria uma boa crônica.
- O quê?
- Esse negócio de chegar até o Tiririca.
- É, daria pra escrever no blog. Daqui a pouco já vai fazer 3 meses que eu não atualizo!

21/12/2011 – por volta das 5h30 da manhã, depois de perder o sono.