quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Do Big Bang ao Tiririca

- Minha meta pras férias é ler todos esses livros aqui.
- Bah, legal. Por quê tu comprou O Relojoeiro Cego se eu tenho ele?
- Ah, eu comprei há um tempão, nem sabia. Pena que não tem a barra do lado que nem os outros, pra poder por todos um do lado do outro, e olha que é da mesma editora...
- Eu nunca li os livros dele.
- Ah, eu gosto bastante, mas acho que são muitos e as coisas acabam ficando meio repetidas... Acho que se tu ler O Gene Egoísta e Deus, um Delírio, já tá bem bom.
- Tem uma teoria que contradiz essa história do gene egoísta, mas eu não vou afirmar nada por que não conheço muito bem no que se baseia...
- Bem, resumidamente é aquele negócio de que os genes só estão preocupados em se replicar e sobreviver no pool gênico da população, e nada mais do que isso.
- A evolução não está nem aí para os indivíduos, mas genes estão preocupados com eles sim, os genes dependem dos organismos. Eu diria que os genes egoístas são uma desregulação, tipo o câncer.
* pausa para meditação *
- É, entendi.
- Na verdade não tem muito por que a célula não enlouquecer. Gosto de pensar que o mundo existe há uns 3,6 bilhões de anos, mas só há 3,6 bilhões que surgiu alguma coisa pluricelular. Nesse bilhão de anos a única “preocupação” foi em dar um jeito de se sustentar e se agregar pra formar um organismo.
- Bilhões e bilhões.
- Um bilhão de anos é muita coisa.
- Sabe, isso faz pensar se, tipo, o nosso conceito de vida não é egoísta. O que existia por esse tempo todo? Será que não tinha vida?
- Tu já falou algo parecido uma vez, mas sei lá, parece meio estranho. Acho que o mundo em si é um organismo.
* nova pausa para meditação *
- Mas tipo, considerando que só existiam coisas orgânicas e minerais em cima do planeta? Aí também depende muito do teu conceito de vida né.
- O que é vida?
- Acho que o que define vida é se auto-sustentar, ter um metabolismo, um sistema funcionando. Mas não necessariamente um metabolismo humano, com órgãos e tudo mais, desde que funcione organizado como um todo. É, então a Terra pode ser um organismo.
- * win!!! * (again)
- Então o ser humano seria como um parasita para a Terra!
- Boa definição.
- Ele estaria absorvendo o que o planeta oferece e depositando seus produtos, tipo o CO...
- O ser humano tira de baixo da Terra o que ela levou muito tempo pra colocar lá embaixo.
- É como a gente transformando um composto natural do organismo numa versão tóxica. Tipo aminoácidos e uréia. Acabamos desregulando o metabolismo do mundo. Colocando pra cima coisas que por algum motivo foram postas para baixo.
- Apesar de tudo, acho que o ser humano também é a única espécie capaz de reverter essas coisas. Tipo, daqui a algum tempo o Sol vai queimar a Terra, e talvez conseguiremos impedir isso. (como se então fossemos transformar a uréia que geramos para o mundo em urina - pensei nisso agora hahaha)
- Acho que o próprio ser humano ajudou a causar isso né, ou pelo menos acelerar.
- É... Também depende muito da noção de o que é tempo.
- Sim, a nossa noção de tempo é coisa da nossa cabeça né. Como será que os outros animais percebem o tempo? Tipo, uma formiga.
- Tem um negócio de que os cachorros so percebem dois tempos. Um tempo curto e um tempo longo. Tipo, se tu for no mercado é a mesma coisa do que se tu foi viajar por 6 semanas. Os dois são um tempo longo, e o cachorro vai reagir da mesma maneira.
- Bah que massa. Deviam fazer isso com mais animais. Deve ter uns testes pra medir isso.
- Sim deve ter...
- Se levou um bilhão de anos até que conseguíssemos surgir como vida, aí vem o ser humano e escuta funk. Escuta funk, anda de carro, polui, briga e elege o Tiririca.
- Hã? Acho que eu ouvi Tiririca.
- Sim, eu disse que elege o Tiririca.
- Eu não acho que isso seja ruim. Logo tu, punk, falando assim do Tiririca! Hahaha
- ...
- Eu gosto do Tiririca. Acho que ele é muito importante.
- (ai meu deus)
- Tipo, ele representa que qualquer um pode se tornar político, e desmistifica o cenário.
- Hum... É mesmo, nunca tinha pensado nisso. Acho que a maioria das pessoas não pensa diretamente assim também, mas no fundo todas elas devem chegar em algo nesse sentido.
- Claro. Tiririca = palhaço e Tiririca = político, logo palhaço = político.
- Haha, é. Ele serve como um com símbolo.
- Mas acho que, tipo, eleger o Romário não é a mesma coisa. Ele tem aquela fama por ter conseguido a Copa pó Brasil e blábláblá, logo fica um negócio meio endeusado.
- Sim...
- Mas eu também sou meio parcial pra falar do Tiririca, como eu gosto dele, acho muito engraçado. Ele conta piadas que não tem graça, e isso é muito engraçado. * Tiririca blábláblá, Tiririca é legal, blábláblá, como o Tiririca é legal, blábláblá. *
- Tá, pára de falar do Tiririca. Pára de pensar no Tiririca.
- Tu não pode controlar meu pensamento.
- Posso sim, to mandando. Pelo menos só pensa nele, em silêncio.
- * pensando no Tiririca e rindo sozinho *
- Poxa, nós aqui falando de mundo e tu me vem parar o Tiririca!
- Mas acho que tem tudo a ver. Talvez o Tiririca seja mais importante do que se pensa.
- Tá, é...
- * pensando no Tiririca e rindo sozinho *
- * foi levar a louça pra cozinha *
* 5 min *
- Isso daria uma boa crônica.
- O quê?
- Esse negócio de chegar até o Tiririca.
- É, daria pra escrever no blog. Daqui a pouco já vai fazer 3 meses que eu não atualizo!

21/12/2011 – por volta das 5h30 da manhã, depois de perder o sono.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Science is awesome, you're awesome!


Você conhece as enzimas? Elas são lindas. Sem enzimas não existiria nada do que você vê a sua volta, pelo menos não do jeito que é. A vida, como a conhecemos, tem as enzimas no seu pilar mais básico. Elas são assim, tão essenciais, e ainda tem (muita) gente que nem sabe disso. Mas eu diria que elas não se importam, afinal, já trabalham no anonimato e voluntariamente há um bocado de tempo (e também toda a ciência e seus cientistas já têm muito disso). Enfim, as enzimas são tão minúsculas e tão complexas. São também inimaginavelmente velozes, funcionando numa cadeia minuciosamente sincronizada e em íntima relação com todas (literalmente todas) as partes do organismo. Mesmo que existam algumas bem promíscuas, elas também são bastante exigentes, fazendo questão de um ambiente ideal, com pH e temperatura específicos. Será que dá pra imaginar quanto tempo levaríamos para digerir uma bala sem a presença da hexoquinase? Só posso afirmar que é muito, muito (muito messsmo) mais do que levamos na presença desse simpático catalisador. Nem poderíamos pensar em comer carne, por que certamente o bife iria apodrecer no nosso estômago.
A ignorância voluntária frente ao funcionamento do próprio corpo e do mundo em que se vive é, do meu ponto de vista, uma das coisas mais tristes dos nosso dias. Vivemos num meio tão artificial, em que tudo é industrializado, tudo passa pela mídia, e quem sabe o que é verdade? Quem se interessa pela verdade? Quem se dispõe a “perder tempo” para descobrir como as coisas realmente funcionam? Essa linha de pensamento pode ser levada em conta num contexto muito mais amplo do que o científico. O apelo ao “querer saber” pode ser aplicado a basicamente tudo, na verdade. Mas aqui, dessa vez, me ponho em combate ao analfabetismo científico. Sei que Sagan ficaria orgulhoso. Não quero que os cientistas se tornem estrelas de tevê, quero apenas que sejam reconhecidos e valorizados, e que seu saber seja difundido. No fim, as coisas nem são tão complicadas, tudo está relacionado e faz sentido, vocês vão ver. Além de que tudo sempre pode ser simplificado para um nível amplamente compreensível, e é bem essa a ideia. Claro que também entra aí a questão da educação, principalmente no ensino escolar, que tem muito (muito!) a ser melhorado - mas isso é assunto para outra hora. 
Realmente acredito que quem não se interessa pela ciência, não faz ideia do que está perdendo. Depois que se descobre o fantástico funcionamento da vida, do universo e de tudo mais, não tem como continuar olhando para o que está em volta da mesma maneira do que antes. Passa-se a valorizar muito mais a existência. Afinal, ela é tão complexa, tão improvável, mas acontece incessantemente mesmo assim. É simplesmente fascinante!! (e eu tenho uma grande convicção de que isso é muito mais benéfico do que quaisquer crença religiosa)



 Créditos do gif ao Marcus :)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Por um mundo pelo mundo

Por um mundo menos chato. Por um mundo mais bonito. Por um mundo mais feliz. Por um mundo com menos leis, menos pessoas dizendo o que as outras devem fazer. Por um mundo com menos burocracia e mais consciência. Por um mundo sem preconceitos. Por um mundo inteligente. Por um mundo em que se aprenda a pensar. Por um mundo em que se possa falar. Por um mundo em que se possa ser. Por um mundo com menos números e mais sentimento. Por um mundo livre. Por um mundo pela liberdade. Por um mundo igualitário. Por um mundo sem linhas imaginárias. Por um mundo sem limitações arbitrárias. Por um mundo em que todas as pessoas sejam simplesmente pessoas e convivam bem com isso. Por um mundo em que as pessoas ponham-se no seu lugar de macacos. Por um mundo mais simples. Por um mundo com menos dinheiro e mais valores. Por um mundo em que se busque o melhor para o mundo, e não para o próprio bolso. Por um mundo mais altruísta, mesmo todo altruísmo sendo egoísta. Por um mundo em que se valorize a vida. Por um mundo em que se pergunte porquês. Por um mundo que não se contente com respostas industrializadas. Por um mundo sem crenças cegas. Por um mundo sem explicações convencionais. Por um mundo sem verdades absoultas. Por um mundo que não finja que não vê. Por um mundo que não aceite impunidades. Por um mundo que não tenha medo. Por um mundo que não desista fácil. Por um mundo que resista. Por um mundo que lute. Por um mundo que não se deixe manipular. Por um mundo que enxergue além, bem além, do óbvio. Por um mundo que queira enxergar. Por um mundo que não esqueça. Por um mundo que aprenda. Por um mundo ativo, por um mundo que aconteça. Por um mundo que mude, que melhore. Por um mundo que ande para a frente. Por um mundo que as pessoas o empurrem para a frente.
E é por esse mundo que eu escrevo aqui, é por esse mundo que vocês leêm, é por esse mundo que nos manifestamos, é por esse vamos às ruas falar o que pensamos, bem alto, que é para todo mundo ouvir.



Remember, remember, the 15th of november.

Dizem que hoje em dia não se quer mais mudar o mundo. Mas todos fazem isso, todos os dias, todos tem potencial. Uma revolução sempre começa com poucos. E pode ser silenciosa. Ideia é a arma mais poderosa. Afinal, revoluções começam dentro de cérebros. Quantos será que já estão na linha de frente? O futuro é nosso.

Mais do mesmo

Ela deciciu testar uma nova cor de esmalte. Ela mudou a cor do cabelo. Ela começou a ouvir outras bandas. Ela mudou de cidade, mudou de lugares. Ela comprou novos sapatos. Ela até comprou umas roupas diferentes. Ela conheceu novas pessoas. Ela lê outros livros e vê outros filmes. Ela passou a encarar algumas coisas de forma diferente e transformou alguns de seus conceitos. Sim, ela acabou mudando. Mas não saiu do tom das cores. Não mudou o estilo das suas músicas. Seu restaurante preferido continua no mesmo lugar. Continua usando o mesmo tênis todos os dias. Seu uniforme ainda é camiseta de banda e calça jeans. Seus melhores amigos de antes são também os de hoje. Seus ideais continuam idênticos. Seus gêneros de livros e filmes continuam os de sempre.
Tudo mudou, mas nada se perdeu. Na verdade, tudo indica que vai ser assim pra sempre. E, caralho, já é outubro.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

My way

Bem além de somente mais uma vertente musical, e diferente do que acontece com o pop e demais estilos  "inferiores", o punk - ainda mais do que o rock em si - é uma filosofia de vida. E falo sério mesmo, o punk representa a liberdade em seus sentidos mais amplos e minuciosos, o punk defende o "faça você mesmo" e jamais dependa de alguém supostamente superior para chegar onde você quer. O punk quer que seja você mesmo e não se importe tanto com o que os outros vão pensar, na realidade, o punk quer que os outros se danem. Mas, mesmo adotando postura livre de preconceitos, é um dos principais alvos.
Ainda mais importante do que dizer que vai além de um estilo musical, é insistir em que o punk não é - de maneira alguma! - sinônimo à violência, ao junkie way of life e nem mesmo à anarquia. O punk é muito, muito mais do que o empurra-empurra das rodas punks (mas confesso que elas são bem legais). Pode - e provavelmente foi mesmo - banalizado por alguns pseudo-punks-muy-locos-rebeldes-traidores-do-movimento que, sem ideologia nenhuma nem muitas boas ideias na cabeça, passaram uma imagem completamente distorcida do que é o movimento em si. Porém, aquilo que geralmente as pessoas se esquecem - ou são induzidas a não notar - é que esses "aspectos negativos" estão presentes em todos os lugares, desde a periferia urbana até as festas nos iates. Em nenhum momento a violência ou as drogas puderam ser observadas como restritas à comunidade punk, mas sim representando um fenômeno da sociedade em geral.
Por fim, quero deixar claro que o punk não é feio, o punk é lindo. O punk não é o visual, não tem a ver, necessariamente, com rebites, spikes, piercings, tatoos, coturnos e calças rasgadas, mas bem pelo contráio, o punk simplesmente deixa você ser como estiver a fim. O punk deixa você gritar quando tiver vontade, ele deixa você se expressar, deixa você pensar por si mesmo e ser livre para escolher, para tentar.
Obs.: Eu ainda acho que todas as pessoas realmente legais e inteligentes desse mundo, no fundo, são punks, mesmo sem saber e, talvez, mesmo sem deixar que os outros saibam.

domingo, 18 de setembro de 2011

O desconhecido é infinito

“O infinito é realmente um dos deuses mais lindos.”

Não pensar é confortável. Pensar é intrigante. Pensar pode ser agradável, ou angustiante. Geralmente se acaba na segunda alternativa. Mesmo assim, alguns insistem em pensar. Eu diria que é algo um tanto inato isso, intuitivo. Essa busca por respostas, esse questionamento incessante sobre tudo o que está em volta. Questionamentos sobre cada partícula, sobre cada minúsculo pedaço de vida. Como se comportam, como interagem, como refletem-se, quais são as conseqüências, os resultados. São tantos porquês. Na verdade, são infinitos porquês. Eles nunca vão acabar. Sempre, sempre, sempre vai haver algo a mais. Um passo a frente. O desconhecido é infinito. A resposta... Será que existem respostas? Não. Não há respostas definitivas. Num mundo que somente existe como o conhecemos graças à aleatoriedade, buscar definições concretas é tolice. Bem capaz. Não é tolice, nem perda de tempo. Não temos o eterno, mas temos o hoje. Seguimos correndo atrás do nada. Talvez. Não chegaremos ao final, mas chegaremos a algum lugar. Cada vez mais a frente, cada vez mais fundo, cada vez melhor.  Por que continuar? Por que foi assim que descemos das árvores. Pensando, questionando, refletindo, mudando, errando e aprendendo. O erro é lindo. A superação é mais ainda. Experiência é a maior riqueza. Pense, faça, mude e se supere. E é assim que o mundo gira.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

20 e poucos anos

Você já sabe, me conhece muito bem
E eu sou capaz de ir e vou muito mais além
Do que você imagina...
Eu não desisto assim tão fácil meu amor
Das coisas que eu quero fazer e ainda não fiz
Na vida tudo tem seu preço, seu valor
E eu só quero dessa vida é ser feliz
Eu não abro mão...
Nem por você, nem por ninguém
Eu me desfaço dos meus planos
Quero saber bem mais que os meus 20 e poucos anos...
Tem gente ainda me esperando pra contar
As novidades que eu já canso de saber
Eu sei também tem gente me enganando
Mas que bobagem, já é tempo de crescer
Eu não abro mão...
Nem por você, nem por ninguém
Eu me desfaço dos meus planos
Quero saber bem mais que os meus 20 e poucos anos...

(na versão do Raimundos, não do Fábio Jr, por favor né)

sábado, 3 de setembro de 2011

Nada mais que 42.


O que é você? Pra que você serve? Por que estás aqui? E eu, por quê? O que estamos fazendo, todos os dias? Para onde estamos andando? O que pensamos é certo? E as coisas que valorizamos? Estamos no caminho? E no fim, mais uma vez, tudo isso que fazemos é a fim de quê mesmo?
Sob certo ponto, somos formigas, somos números. Alguns mais, outros menos. Será que faz alguma diferença?
Na verdade, todos buscam a felicidade, a sua própria felicidade, do seu modo - quando, de repente: "é preciso amaaar, as pessoas como se não houvesse amanhãã...", sim, estou ouvindo Legião agora. A maioria das pessoas busca basicamente isso - amor, satisfação pessoal, prazer, aproveitar os momentos. Já o resto - trabalho, contas, agenda - é resto, e vai se levando nas costas... O problema é que continuo me perguntando o porquê, entende? A vida, o universo e tudo mais.
Eu poderia chegar à conclusão de que são os sentimentos que nos “enfraquecem”, ou que nos desviam, mas eu realmente não acredito nisso, de forma alguma. Mas o Renato estava certo (pra variar...), amar é importante. Sentimentos são bons, e muito. Aliás, desenvolver sentimentos é também uma questão evolutiva, não? E sendo assim, logicamente há vantagens em tê-los.
Não faz sentido nenhum habitarmos esse mundo, se o fazemos apenas em busca de nossa auto-satisfação, apenas produzindo endorfinas e gastando a matéria orgânica do planeta. O que eu acho - e olha que eu confio em minha opinião hein - é que devemos fazer algo. Hum, algo... Sim, algo! Fazer a diferença. Eu já disse isso aqui. Ser feliz, viver, aproveitar e todo o resto, mas principalmente ter esse intuito de fazer, e não apenas existir. Eu amo a ciência.
É intrigante, e muito, estarmos aqui, assim - pensando, errando, acertando, comendo, brigando, gritando, correndo, casando, rezando, amando, odiando, sorrindo, chorando, adoecendo, fazendo filhos, xingando, trabalhando, reclamando.  Será que estamos atuando em algo maior? Ou será que não passamos de meros fracassados? E quem vai responder isso para nós? Deus? Não, muito obrigado. Eu prefiro continuar perguntado.
O melhor de tudo é que eu consigo ver uma grande beleza nisso. Nessa dúvida, nessa nossa imensa ignorância. Há muito por vir. Nos sentidos mais amplos. E eu quero fazer algo. Como responder, como saber? Ninguém sabe. Nem o teu Deus sabe. O mais perto que alguém já conseguiu chegar resultou em 42.

domingo, 28 de agosto de 2011

Punkerapia

Ok blog, preciso contar uma coisa pra você: EU AMO IR EM SHOWS DE ROCK! Juro que não EXISTE nada melhor! Aqueles que você sai com a "alma lavada" sabe, esbanjando serotonina. Pula e grita tanto lá dentro que emagrece uns bons quilos. Falando nisso, os meus 1.60m e 53kg simplesmente não resistem a uma linda roda punk. Bateção, empurra-empurra, chutação, perda de voz, incontáveis hematomas... YEAH. Mas sempre que alguém cai no chão, aqueles que o empurraram também ajudam a se levantar. É uma legítima terapia, e das melhores.
Se tem algo que marcou minha adolescência, com certeza foi o rock. E não só a adolescência, mas com certeza a vida toda também. Vou levar isso pra vida inteira, vou rever as fotos e recordar daquele tempo bom, vou contar orgulhosamente para os meus filhos, netos, bisnetos... E viver o rock na pele, literalmente, não há nada que pague. Um ingresso por custar R$250, R$25 ou nada, mas o que você vive e sente está váários níveis acima de uma tabela de preços.
E eu sei que tem gente que não entende. Mas então, que pelo menos esses entendam que simplesmente não entendem mesmo. Por que não é nada tolo, é de verdade.

sábado, 20 de agosto de 2011

Pessoas de verdade

Não há nada de errado em ser quem você é. Seja o que lhe der na telha e seja muito feliz por isso. Tudo anda muito melhor assim. Não imagino felicidade sem espontaneidade e total auto-respeito às próprias convicções e atitudes. Falando nisso, tenha atitude, a sua única e própria atitude. 

No fim, não tem nada de comportamento anti-social ou auto-exclusão. É simplesmente não ter vergonha de mostrar a cara e sentir-se bem consigo mesmo, não se preocupando muito em fazer de tudo para agradar os outros. Quem há de gostar de ti, com certeza acabará gostando com o tempo. Quem não gostar, perderá a oportunidade de conhecer uma pessoa de verdade. Sim, de verdade, e não alguém estereotipado, alguém totalmente moldado pelo que o cerca. Isso até é triste.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Time and disregard

Eu tive uma professora de biologia no 2º ano do EM. Bem, pelo menos ela dizia ser professora. E não, eu não gostava dela. Nem um pouco. Mas esses dias lembrei de uma frase sua e, sabendo ela o que dizia ou não, passou a me parecer de muito sentido. A célebre dita sentença é “o tempo é muito relativo”. Na hora que ela a enunciou até me pareceu um tanto cômica, mas, na verdade, o tempo realmente é muito relativo. Estamos tão acostumados com as medidas convencionadas pela sociedade, sejam elas quanto ao tempo, ao tamanho ou a temperatura, que esquecemos de que fomos nós mesmos que as inventamos. O Espaço é gigantemente imensurável. Já o tempo que uma enzima leva para catalisar uma reação na célula é tão pequeno que, realmente, nós nem conseguimos imaginar. O mais impressionante é que tudo, olhe em sua volta, TUDO MESMO, gira em torno dessas coisas mínimas ou gigantescas. E esses exemplos representam apenas aquilo que, de alguma forma, conseguimos descobrir que existe. Vai saber se não há mais muitos exemplos desses, com medidas tão extremas que ainda nem mesmo conseguimos detectar. A probabilidade de que eles existam mesmo é muito grande. Mas a nossa incapacidade de compreendê-los corretamente ainda é quase tão grande quanto. Que tal tentar ajudar a dar mais um passo a frente?





E ainda insistimos em correr contra o tempo. Mas "nós temos muitos teeempooo, temos todo o tempo do mundooo..."

sábado, 6 de agosto de 2011

Evolutivamente cegos


Será que nós, seres humanos, espécie que habita nesse humilde planeta azul chamado Terra, somos capazes de percebê-lo como ele realmente é? Será que vemos tudo o que nos rodeia? Eu acho que não. Somos evolutivamente programados a perceber as coisas como melhor nos convém, para conseguirmos sobreviver nesse planeta e nos darmos bem por aqui, sempre sujeitos às suas especificidades locais.
Para ter um embasamento, sabe-se que os átomos são compostos principalmente por ~nada~, ou seja, a eletrosfera, que ocupa a maior parte do átomo, é formada por muitos elétrons de massa quase nula que ficam se remexendo e pulando incessantemente, e apenas no centro, no núcleo, temos prótons e neutrons, mais pesadinhos. A partir do momento em que se toma consciência de que a rocha é formada por inúmeros átomos, que se compõem basicamente de ~vazio~, temos uma incógnita.
A questão é que, felizmente, somos fisiologicamente preparados para sentir a rocha como um material duro, pois se não fosse assim, poderíamos ingenuamente bater nossas cabeças numa delas até morrer. Isso é questão de evolução. Da mesma maneira como somos capazes de separar o que é duro do que é mole, também diferenciamos o que é frio do que é quente, o que é doce do que é amargo, o que produz um tipo de som do que produz outro, ou seja, o que é perigoso do que é inofensivo.
Enxergamos as cores, as formas, as perspectivas e tudo mais ao nosso redor da maneira mais conveniente à nossa sobrevivência, mas isso não quer dizer que vemos tudo o que está ali. O espectro da luz visível ocupa apenas um pequeno nível entre todos os tipos de radiações existentes. Afinal, alguém já conseguiu ver uma onda de rádio, uma microonda, um raio infravermelho,um raio ultravioleta, um raio X ou então uma partícula gama? Se sim, tal indivíduo não se tratava de um mero ser humano.
É extremamente provável que existam formas de vida nos outros planetas, ou pelo menos alguma coisa interessante em cima deles, mas quem disse que somos capazes de perceber o que existe lá? Claramente, é estupidez pensarmos que estamos no único e abençoado planeta que abriga vida, entre um número que eu nem consigo imaginar de planetas existentes nos múltiplos sistemas e universos, ou até mesmo aqui no nosso pequeno Sistema Solar.
Nessa mesma linha de pensamento, eu encaro a morte. Aparentemente, o ser humano morre e seu corpo apodrece. Nada mais. Não percebemos nada mais acontecendo ali. Na tentativa de dar algum sentido a processo de vida e morte que parece tanto sem sentido, as pessoas invertaram a religião. No cadáver não se vê alma subindo aos céus nem descendo ao inferno, o único processo perceptível é o da decomposição. Em sua faminta busca por respostas sobre o pós-vida, o ser humano se mostra apenas capaz de imaginar mas, ignorando a “certeza da fé”, nunca vai realmente ter certeza. (Será que eu sou agnóstica? Whatever.)
Enfim, os nossos sentidos nos “enganam”. Mas até onde? Como saber o limite? Não se sabe. Talvez, algum dia a ciência ou o nosso organismo, evoluam com algum mecanismo que nos torne capaz de perceber o mundo de uma maneira mais profunda e exata. Estamos na espera. Até lá, a rocha vai continuar dura, o fogo vai continuar queimando, a almofada vai continuar fofinha, vamos continuar buscando água em Marte, os cadáveres vão continuar sendo comidos por vermes e, enfim, vamos continuar nos perguntando porquês.

terça-feira, 19 de julho de 2011

De que rebanho você é?


O que você é, o que você quer ser, o que você vai ser, o que você vai fazer?
Você pode escolher ser uma ovelinha comportada do sistema, e ser feliz ou infeliz com isso, ou então pode escolher ser uma ovelha negra, e ser feliz ou infeliz com isso.
Você pode estudar durante 12 anos no colégio, depois prestar vestibular, escolher um curso relativamente fácil e  com alta possibilidade de ganhar dinheiro no futuro. Então você finalmente termina a faculdade e vai trabalhar, ganhando seu lindo dinheirinho. Você passa seus dias num escritório, vestindo roupas desconfortáveis, mas que você já se acostumou, afinal. Ah, enquanto isso, você procura alguém pra se casar e fazer filhos, para então finalmente sair da casa dos seus pais. Aí você tem os filhos. Vocês moram na mesma cidade de sempre, as crianças estudam na mesma escola que você estudou, todos frequentam os mesmos lugares, votam nos mesmos candidatos que seus próprios pais, enfim...
Será que você é realmente feliz ou é apenas um iludido? Digo, você vai se divertir, é claro, vai à festas com seus amigos, verá seus filhos crescerem, comprará as coisas que você e eles quiserem e, resumindo, terá vários momentos de descontração. Mas é tão previsível, no final. Você apenas continua o ciclo. Eu não conseguiria me sentir realizada com isso. Será que você conseguiria? Se sim, ok. Há chances de fazer do mundo um lugar melhor a partir disso, também. Mas quando se quer algo a mais, e quando se tem (ou se arranja) um meio que permita, viver uma vida um pouco mais alternativa me parece muito melhor. Talvez isso represente apenas correr atrás do que realmente se quer, daquilo a que se dá mais valor e que fará de você uma pessoa realizada. Não me refiro, de maneira alguma a “dar certo” na vida, ser o filho perfeito que todo pai deseja ter.  Se você achar que é o que deve fazer, pode simplesmente se rebelar quanto ao meio em que vivemos e ser um vagabundo, vivendo de bar em bar. Vai saber né. Bukovski deixou uma bela literatura para o mundo basicamente a partir disso.

No fim, eu apenas defendo que não se pode deixar a vida passar em vão. É algo tão fascinante, afinal. Quero dizer, a vida é uma coisa tão improvável, mas ela ocorre incessantemente, mesmo assim. Cada pessoa desse mundo inteiro surgiu a partir da fusão de duas células, que então sofreram processos (muito) complicadissímos, mas que tiveram que acontecer de maneira perfeita para que ela existisse. Agora, por minha singela opinião, eu digo que se essa pessoa disperdiçar isso tudo cometará uma tremenda falta de respeito com a natureza. Ela levou bilhões (bilhões!) de anos para criar a vida e aperfeiçoá-la, como faz até hoje. Não seja só mais um número, mais um soldadinho que aceita tudo o que o rodeia. Não opte pelo mais fácil, simplesmente por ser mais fácil. Não se submeta ao que pensa que é errado, não reprima seus sentimentos e vontades. Jamais finja ser feliz, não engane a si mesmo. Evolua, melhore e faça algo de bom, deixe a sua marca aqui, ajude o mundo a andar um pouco mais para a frente. Você pode fazer isso de incontáveis maneiras, e até sem querer. Pode ser algo pequeno que até pareça  insignificante na hora, mas faça. Por que não? Você não precisa mais viver à espera de uma vida melhor no céu. Viva agora, aqui.


Isso eu não quero - Tequila Baby

Você está me convidando
Pra viver um tempo ao seu lado
Até cair numa rotina desgraçada
Com você, seu cachorrinho e suas plantas
Mas Isso eu não quero, não
Isso eu não gosto
isso eu não quero, não
Mas Isso eu não gosto

Você acha o máximo
Ficar sentada no sofá vendo TV
Tem um mundo acontecendo lá fora
E teu cachorro fica rindo de mim

Mas Isso eu não quero, nâo
Isso eu não gosto
isso eu não quero, não
Mas Isso eu não gosto

Eu não consigo decidir
Eu não consigo controlar
Eu não consigo nem viver a minha vida
Quero viver em paz
Nem transar eu não consigo mais
Hey

Eu não consigo decidir
Nem o papel higiênico que eu uso
Sempre a última palavra é a sua
Mas Isso eu não gosto

Mas Isso eu não quero, não
Isso eu não gosto
isso eu não quero, não
Mas Isso eu não gosto

domingo, 17 de julho de 2011

Parem de fazer lixo!

O resto do mundo que me desculpe, mas lixo não é desenvolvimento. Muito menos criar meios “alternativos” e “limpos” falaciosos para tentar contornar essa produção exacerbada. Reciclar não é a solução. Pode ajudar, mas não é isso que vai salvar o mundo. Costuma-se esquecer de que se gasta uma quantidade bastante considerável de energia na reciclagem, ou seja, esse não é um processo tão limpo assim. O problema é o material que está ali, a absurda quantidade que é produzida diariamente, tendo geralmente uma vida útil curta e por vezes desnecessária.  Sacolas reutilizáveis não são super-heróis, elas vão virar lixo também, um dia. O errado é o exagero, o disperdício, a falta de consciência. Vou no mercado e eles me põem apenas dois ou três produtos em cada sacola, enquanto caberia mais do que o dobro disso. Aí sim, acho conveniente usar sacolas reutilizáveis (eu tenho uma bem bonita!).

Estamos cercados de lixo desnecessário... Está em todo lugar, por todo lado. Até quando? Por quê não criar uma consciência ambiental e aplicá-la na indústria? Nós precisamos mesmo de tantas embalagens, tantas caixas, tantos papéis? No fim, a concepção do o mundo “desenvolvido” chama de “desenvolvimento” é que está bem erradinha. Se pensa, antes de tudo, na relação custo/quantidade/tempo, e se valoriza aquilo que é percebido a curto prazo. Enquanto que, primeiramente, se deveria ponderar as consequências ao meio ambiente e se considerar as possíveis vias alternativas mais sustentáveis e de longo prazo. Mas, infelizmente, não é assim que o capitalismo foi criado, e as mulas de direira primeiro-mundistas continuam tendo, e excercendo, a ultrapassada e insustentável visão tradicional do capitalismo.

E a poluição, então... Vivemos retirando carbono ciclável da natureza e transformando-o em resíduo inerte. Processo esse que leva ao efeito estufa, a destruição da camada de ozônio e a tudo aquilo que o Al Gore nos ensinou. Esse carinha só estava errado ao levantar aí uma ameaça a natureza. Bem, muitas espécies serão prejudicadas, obviamente, e algumas até entrarão em extinção. Mas a vida vai continuar existindo. Não importa se a elevação da temperatura global será de 5 ou 50ºC, não importa se a porcentagem de oxigênio no ar atmosférico se reduzirá à metade, nem se a água “potável” se esgotará. Afinal, essa água é dita “potável” com relação ao nosso frágil organismo humano - e o de mais algumas espécies. A vida é muito mais forte do que as consequências das nossas inconsequentes interações com o meio. No máximo, a nossa vida vai acabar. E sim, pode-se dizer que estamos basicamente cavando a nossa própria cova. Portanto, acordem!

Alguns já estão acordando. Há sim um progresso com relação a mudança dessa pacata visão de sustentabilidade, mas de quase nada adiantará enquanto ela não chegar nos grandes chefões. A partir de avanços em menor escala, consciência da população está mudando, e cada vez mais a atenção é dispertada para essas questões. Essa movimentação deve induzir pressões a nível governamental e multinacional, para que mudanças mais significativas sejam postas em prática, e para que se faça os EUA assinarem aqueles malditos papéis! Então, movimentem-se, façam barulho e encomodem eles! Mas, antes de qualquer coisa, mudem suas próprias cabeças.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

ROCK, muito obrigado!

Bem, hoje, 13/07/2011 é O dia. Tô aqui ouvindo a minha querida rádio Ipanema, que está especialmente foda hoje e, sendo assim, hei de deixar meus estudos de química geral de lado (ainda tenho a noite toda, afinal), para postar aqui um registro de agradecimento ao deus rock and roll. Sim, sou ateia, mas esse deus realmente merece o título. Ele salvou minha alma e me fez ser assim, tudo o que sou. Parece meio dramático, mas é verdade. Depois que ele entrou na minha vida, mudou tudo mesmo, indo muito além daquilo que eu escuto. Vai do jeito de vestir ao jeito de pensar.
Tenho certeza que ele já fez isso com toda uma multidão de rockeiros felizes, e tenho mais certeza ainda que vai continuar fazendo. Rock não é somente a música, em si, rock é um estado de espírito que toma conta da pessoa. Pode ficar meio enrustido em alguns, ou por certos períodos, mas uma vez vivido, ele estará para sempre lá, nem se for como uma lembrança de uma época boa (a melhor fase da vida, geralmente). Obs.: COMEÇOU A TOCAR CIANYDE DO BAD RELIGION NA IPANEMA, WEE!
O rock tem O poder. O poder de transformar mentes, cabelos, rasgar calças, irritar vizinhos, refletir, relaxar, deixar mais feliz (ou mais triste), amenizar raivas e angústias, quebrar estereótipos, chamar atenção. Certamente, pode ser muito mais eficiente que muitas das terapias convencionais (para mim é). Simplesmente não há nada melhor do que um belo show de rock. Falo sério, é a melhor coisa que existe. Um daqueles que você passa inteiro a cantar (ou gritar) todas as músicas, esquecendo de tudo mais e se deixando englobar pelo som, é lindo.
Bem além do jargão "sexo, drogas e rock'n'roll", o rock não depende deles pra existir em sua plenitude. Podem andar juntos, mas não são consequência direta. Gostaria de pensar que todos sabem disso mas, de fato, acho que o papa não sabe e meus pais, por vezes, se mostram meio confusos... Mas enfim, eu tenho muito orgulho do que o rock ajudou a me tornar. Me amo e me respeito demais para deixar de ser assim, do rock. Tenho plena convicção de que isso não muda, não é algo que passa, pelo simples motivo de que é o que sou! Isso faz sentido, não?
Obrigado Green Day (não me chinguem, seus ignorantes!), Ramones, Bad Religion, Misfits, The Who, Rolling Stones, Tequila Baby, Descendents, Matanza, Rancid, NOFX, Replacements, Garotos Podres, Social Distortion, AC/DC, The Cure, H2O, The Clash, Sex Pistols (Sid lindo), Replicantes, TNT, Acústicos e Valvulados, Bob Dylan, Johnny Cash e todo o resto (que não é resto)!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Coisas pequenas

Eu gosto do simples, do essencial. Daquilo que está ali, mas poucos conseguem, ou mesmo querem, perceber, dar valor. Eu acho tão bela a minuciosidade, que num espaço mínimo às vezes despreende a maior das complexidades e é causa de grandes consequências. Dou importância ao que é importante - no resto que se dê um jeito! Eu gosto do que existe, e não quero, de maneira alguma, ser forçada a imaginar. Quero viver tudo o que puder, cada sentimento, cada ação, quero ver tudo o que está em minha volta, mesmo as coisas mais pequenas - e é delas que eu gosto mais. Não quero nada superficial, demasiado grande ou generalizado. Quero compreender e sentir cada detalhe. Também não quero restrições, detesto as de qualquer tipo, desde as que restringem o pensamento até as que tentam restringir emoções. Quero sempre mais, e que seja mais intenso, de todas as formas, por todos os meios.
Isso tudo, em todas as suas aplicações possíveis. :)

quinta-feira, 9 de junho de 2011

E quando te tiram o chão,

na hora em que você mais precisa se sentir segura?






Eu sou punk, mas tenho sentimentos.
Não pergunte se você não se importa de verdade.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Não confie nos números

Tenho a impressão de que os números se acham muito importantes, bem mais do que lhes cabe. Simplesmente pensam que podem definir tudo e todos. A surpresa vem quando nos damos conta que somos nós mesmos quem lhes dá essa bola toda.
Ordenando sem restrição o que enxergam pela frente, os números dizem (ou pensam que dizem, ou pensamos que eles dizem) quem é bom, quem é ruim, quem é inteligente, quem é burro, quem é jovem, quem é velho, quem vence, quem perde, quem é gordo, quem é esbelto... Eles querem separar tudo.E ainda tem as estimativas e probabilidades dos jornais: "redução do número de assaltos em 40% no RJ desde o último mês", "o preço do barril de petróleo quadruplicará no próximo ano", "o mundo vai acabar!!!", "54% dos brasileiros são católicos", "todas as crianças do planeta sofrem bullying", "vai fazer um belo dia de sol hoje" - e então neva. E os números do governo (quem confia no governo?), censos, IBGE... Bandos de cordeirinhos a serem ordenados? Já vi muito disso lá em 1984 (e que bom que sempre há as ovelhas negras).
Eles querem te reduzir a apenas uma coisa: 1 (ou 9,5, se você for mais "inteligente" que o seu colega ao lado). Mas somos todos, todos, do mendigo ao garoto superstar, muito mais do que um símbolo. Os números não definem capacidades, somos nós mesmos muito mais capazes do que eles para fazer isso. Se você tira uma nota baixa numa prova ou é reprovado em alguma matéria, isso não é, de forma alguma, um indício direto de alguma debilidade intelectual sua. O peso que a balança mostra não define se você é bonito ou feio. O número de amigos que você tem não dizem se você é legal ou não. A quantidade de notas da sua carteira, de tênis importados guardados no armário, de vezes que você fez o vestibular até passar... Nada disso é muito mais do que... quase nada.
Considerando uma escala maior: Ter menos soldados mortos na guerra não faz um país ser melhor do que o outro, tampouco quantas multinacionais estão instaladas nele. O número de espécies em extinção (todas as espécies entrarão em extinção, um dia!), a quantidade de CO2 na atmosfera que o Al Gore nos contou, ou o volume da calotas polares derretidas, não representam, necessariamente, que o mundo vai acabar mais cedo. Também, o nosso maior número de redes neuronais não nos faz mais espertos ou evoluídos que qualquer outro animal que nos rodeia.
Mas, contudo, porém, há de se levar em conta que os números são importantes em várias aplicações, cuja maioria (e as únicas que consigo lembrar agora) está relacionada à ciência. Podem ser extremamente úteis e essenciais em quesitos técnicos, mas generalizações são um fracasso. Não se deixe alienar pelos números. Pense se é mesmo de todo verdade e se é confiável na aplicação prática, antes de absorver tudo aquilo que os números querem cultivar na sua cabeça. E por fim, repito: Eles não são tão importantes assim.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

21st century artificial life

O que é importante pra você?
A opinião dos outros lhe é importante? Não? E tudo o que a mídia diz, é importante? Também não? Ou quem sabe ter uma vida badalada regada de álcool e drogas, usar as roupas e o dialeto da moda, ouvir as músicas da moda, ter o corpo da moda, frequentar os lugares da moda? Talvez orar e pedir perdão a uma divindade imaginária te faça sentir melhor? Importa o que os outros pensam sobre o que você faz, sobre o que você é? Ou você toma suas decisões por você mesmo? Você é autônomo? Você é feliz do jeito que você é? Você sabe ser feliz? Você sabe o que realmente importa pra você? O que te faz sentir prazer, o que te faz sorrir? O que você realmente quer?

Bem, eu acho que a vida, ou melhor, o sentido da vida está banalizado. Coisas pequenas, superficiais, atormentam as mentes. Não se pensa com pureza, com simplicidade, com objetividade. As coisas se misturam, se devaneiam. Se perde tempo demais com o que não é importante de verdade. Se esquece o verdadeiro sentido da existência, o de simplesmente estar vivo e aproveitar isso da melhor maneira que for possível.

Ficar feliz com coisas pequenas, jamais banais. Valorizar a sinceridade de um abraço apertado, de uma amizade cativada, de uma conversa aberta. Achar linda aquela joaninha que de repente apareceu do seu lado. Ter alguém que lhe faça se sentir especial e fazer isso a ela também. Sentir-se satisfeito com uma brisa prazerosa, uma chuva refrescante ou um sol brilhando num dia frio. Degustar a sua melhor comida o mundo, sentir as endorfinas serem liberadas ao se fazer alguma coisa de que realmente se gosta muito. Ir no show da sua banda preferida e sair de lá uns 4kg mais leve. Encontrar aquela música que simplesmente é a sua cara e passar dias ouvindo ela. Rir, mas rir somente do que realmente lhe faz ter vontade de rir. Achar bonito ser diferente, ser como você é. Fazer planos, não ter medo de sonhar. Não ter vergonha de dizer que sim, de dizer que não. Não ter receio de gritar, de dizer aos outros o que você pensa. Agir, lutar, falar, mostrar ao mundo que você existe e que pode sim fazer a diferença nele. Isso, isso tudo é importante, para mim. E acho que, pelo menos em maioria, essas coisas bem que poderiam ser importantes a todos também.

Nós não fomos feitos para essa vida artificial, nós somos a natureza em sua plenitude. Somos meros animais buscando a felicidade, mas se confundindo muito no caminho.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Por mim e mais ninguém



Eu não preciso de gente ao meu redor constantemente, eu não preciso bater papo com cinquenta pessoas diferentes a cada dia para me sentir feliz. Não vejo problema nenhum em fazer as coisas sozinha. E o mais significativo: acho que prefiro assim mesmo. Não tenho muita paciência pra muitas conversas, só às vezes, quando estou a fim. Não quero ficar puxando saco ou agradando alguém. Me sinto bem só, eu gosto de mim e gosto de conviver comigo. Não faço questão de ter gente em minha volta, assim só por ter. Na verdade eu não gosto de muitas pessoas, mas quando gosto pode ter certeza que é com sinceridade. Portanto, se eu me empenho em falar e conviver com você, é por que realmente vou com a sua cara. Até posso me "esforçar" mas, sinceramente, não é uma ideia que me agrade muito. Simplesmente fico mais a vontade desse jeito, com poucas palavras. E eu também vejo beleza nessa que vou chamar de "auto-suficiência" social, é belo ser independente, sentir-se bem e em paz consigo mesmo. Poder sair às ruas sozinho e satisfeito por isso. Simples assim. Chato é quando as outras pessoas veêm problemas nisso. Grande coisa.

sábado, 26 de março de 2011

Carrofilia

Eu odeio carros. Odeio a importância estúpida que a sociedade brasileira dá ao fato de possuir um, dois ou três automóveis na garagem, quanto mais novos, modernos e caros forem, melhor, é claro. Eles não são tão necessários assim, não devemos pensar que dependemos deles para ir a qualquer lugar, por que há, ou deveria haver, alternativas. Uma cena revoltante é se deparar com engarrafamentos gigantescos, protagonizados por dezenas de carros com uma ou duas pessoas dentro, sabendo que eles acontecem todos os dias em todos os lugares, mas o pior ainda é perceber que isso é visto com uma normalidade absurda pela grande maioria.
Para quê? Eles são poluentes, sujam a cidade e sua presença sempre excessiva pelas ruas atrasa e estressa milhares de proprietários, pedestres e ciclistas todos os dias, em praticamente todas as cidades do país. A sociedade de consumo quer que você esteja sempre com o carro do ano em sua bela garagem, ela só quer seu bem, quer te fazer ficar na moda e aumentar seu status frente seus amigos e colegas de trabalho. Se bem que, no fundo, o que ela quer mesmo é que você possua todo e qualquer produto que ela lhe oferecer, e que você encontre prazer, muito prazer nisso. Mas convenhamos, todos sabemos que você não é uma marionete dessa fervorosa sociedade ridicularmente capitalista. Não é? Ou é? Bem, não deveria ser. Não deveria, mesmo.
Se estão todos felizes andando com seus carrinhos e levando 1,5h para chegar ao trabalho, por que o governo iria se preocupar em mudar alguma coisa nisso tudo, não é mesmo? Ainda mais se as gigantes multinacionais aumobilísticas fizerem alguma pressãozinha. Mas que se fodam as multinacionais ou a falta de interesse político - isso tem que mudar, logo. Ciclovias e metrôs, até corredores de ônibus já ajudam. Mas que sejam metrôs e ônibus descentes, por favor. Queremos que seu uso seja algo normal, corriqueiro, óbvio e agradável, para que tanto o pedreiro como o alto executivo ande neles, sem ser alvo de nenhum tipo de preconceito ou rejeição social por isso.
A questão não é não gostar de carros - eu mesma acho alguns modelos muito bonitos e quero ter um algum dia -, a questão é fazer isso de maneira plenamente consciente e responsável. O que eu gostaria que as pessoas entendessem é que carros não são essenciais, não é bonito sair de casa dentro de um todos os dias da semana. Eles são úteis, é claro, e podem ser necessários em certos momentos, mas há como viver muito bem sem eles também.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Correr

Tédio. Tédio. Inutilidade.
Nada pior.
Ficar sentado vendo as coisas acontecerem. 
Ou ainda pior, muito pior, ver as coisas deixarem de acontecer. 
Ver coisas erradas acontecendo.
E não fazer nada. 
Nunca fazer nada.
Nada. Nada.
Pra quê?
Repugnante.
Mais repugnante quando é por vontade própria.
Felicidade enlatada.
Vida numa bolha.
Encarcerada em futilidades.
Não quero ser assim.
Boas notícias: eu não vou.
Que tal agora?
Não.
Eu tenho que esperar.
Tédio. Tédio. Inutilidade.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Por um governo sem cara de governo

Já cansei de falar aqui que a minha ideologia é anarquista, libertária e radical. Mas, nos dias de hoje, um governo ainda é importante, no sentido de organizar a sociedade como um todo, e não para se infiltrar na vida pessoal dos cidadãos. O governo que realmente precisamos integra uma concepção bem diferente da que vemos hoje. Ele deve exercer, basicamente, cinco funções: educação, comunicação, saúde, justiça e transporte, tendo um ministério independente tomando conta de cada uma delas. Os dirigentes dos ministérios serão trabalhadores selecionados por concursos relativos às suas áreas de interesse. Seus salários devem ser bons e suficientes, para evitar o estímulo a corrupção.
As instituições relacionadas às necessidades básicas da população não devem ser privatizadas, não devem cair na mão instável do mercado e por ele manipulados; a verdadeira função do governo deve ser tomar conta delas. Se há necessidade de dividir o mundo, o país e o estado por linhas imaginárias, deve ser com a unica função de melhor organizar o trabalho do governo em cada área, sendo que deve-se sempre contemplar o sentimento de conexão e a igualdade entre elas.
Como hoje, o governo se sustentará em impostos, um para cada cada área funcional. Cada um deles será calculado levando em conta as suas necessidades relativas. A diferença é que o imposto não será obrigatório. Quem optar por não contribuir não poderá usufruir das facilidades reservadas aos contribuintes, terá que pagar mais caro por elas, mas terá sempre a opção de agir como melhor lhe parecer. Nada irá impedir as pessoas de trafegarem livremente pelas estradas sem pagar nada por isso, os pedágios serão apenas lembranças absurdas do passado.
O governo jamais financiará políticas do tipo "pão e circo". Não porá seu nariz em questões festivas, muito menos quando religiosas. Já o assistencialismo será plenamente desnecessário no contexto estabelecido. Ao se voltar apenas às necessidades básicas da população, ligadas ao bem estar, a saúde e ao intelecto, o Estado nivelará as oportunidades oferecidas a todos. A partir desse momento, o destino de cada um estará baseado em suas próprias escolhas e em seu desempenho. Somos produtos do meio em que vivemos, e quando esse meio for igual para todos, não seremos mais vítimas, deixaremos de ter nossa história escrita por algum "superior" e seremos nós mesmos os escritores.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Por que futebol?


Eu sei, tenho plena consciência que futebol está virado num negócio. Poucos são os jogadores que vestem a camisa e se esforçam para ajudar o time que os contrata, pouco importa se foi o tal time que o treinou desde a infância, que o deu a primeira chance, a maioria deles faz um gol pensando em quanto maior estará o seu cachê. A raiz desse problema é que há muito dinheiro envolvido, o que certamente deturpa o sentido do esporte. Os jogadores não estão errados em querer juntar uma boa grana para quando se aposentarem, só que muitos ganham, em só um salário, o suficiente para isso. Ficam deslumbrados, gastam a maior parte em carros importados ou em dízimo a igrejas.
Enfim, tem muita coisa errada aí no meio e, apesar disso, o que me surpreende é que eu continuo gostando do meu time. Realmente me simpatizo bastante com o Grêmio, gosto de alguns jogadores, gosto de ir ao estádio, assistir os jogos, acho a sua geral uma das 7 maravilhas do mundo... Mas, como assim? Por quê? Não sei. Talvez por estar conectado a minha vida desde a infância, relacionado à família e tudo mais. Vai saber. Sou torcedora de carteirinha (literalmente), mas com cautela. Ao contrário do Skank, não posso morrer pelo meu time, se ele perder não será uma dor nem um imenso crime. É como uma paixão com os olhos abertos. É, acho que é mais ou menos isso mesmo.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Anti-fronteiras

Linhas imaginárias para dividir os territórios bons dos ruins são um eficiente artifício de opressão. Não há de se dividir povos, todos nascemos humanos, nascemos iguais, com as mesmas liberdades. Quem tal líder pensa que é para me dizer que não posso pisar em tal território? O lugar onde você nasceu não determina se você é melhor ou pior que o habitante de outro território. Não há nada que detenha o direito de determinar o seu futuro, seja te impondo uma ditadura, restringindo teus direitos ou manipulando tua mente, baseando-se apenas pelo lugar em que você vive. Porém, isso é uma consequência do sistema, desse sistema injusto que divide o mundo em linhas imaginárias desenhadas pelos poderosos. Separatismo só gera sangue. Vimos isso na África colonial, que não se acertou até hoje e por isso continua subdesenvolvida. Guerra entre Coréia do Norte e Coréia do Sul, que coisa mais ridícula, elas já foram a mesma coisa e hoje e guerreiam por causa de ditadores vindos do outro lado do pacífico, daquela nação que se acha superior ao resto do mundo. Esses ditadores importados não chegam apenas na Coréia, estão pelo resto do mundo também, na África, no Oriente Médio, já estiveram (ou estão?) na América Latina, no Brasil. Eles vem e vão sempre com a intenção de dividir, somar territórios aos seus e se mostrarem mais poderosos que seus vizinhos. Isso lembra um jogo de tabuleiro, não?
Chega de separar, temos que voltar atrás e começar a unir. Unir idéias, unir forças. Unir o que cada lugar tem de melhor, em prol do progresso, não somente da nação x, mas o progresso universal. Simplesmente temos que acordar e perceber que somos muito, muito mais fortes juntos! Somos diferentes, é claro. Somos muito diferentes em nossos idiomas, culturas, concepções e modos de levar a vida. Pertencemos a uma espécie que se mostra tão rica, uma espécie tão diversa, que muitas vezes pensamos ser de espécies distintas, afinal, é isso o que diz aquela linha que me separa daquela outra pessoa. Mas não, a nossa raiz é sempre a mesma. Ele é indígena, ela é negra, a outra é mulata, já ele é branco e aquele lá é oriental, que ótimo! Agora cortemos todos no meio e vejamos se não são iguais. E temos muito que nos orgulhar disso. Em total contradição ao sentimento homofóbico, um dos mais repugnantes e asquerosos que se pode desenvolver, que só gera guerra, lágrimas e, mais linhas imaginárias.

                                           1984 nunca mais.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Manifestação


"Manifestação. Manifeste-se. O que é manifestar-se? O que é ser você mesmo? Há um engajamento imediato na hora em que você diz "eu quero ser eu" (I wanna be me - Sex Pistols). Não é assumir uma posição política tipo "ah, eu concordo com tudo o que aquele candidato/autor/guru diz. Posso ficar tranquilo nos deus braços que ele me fará feliz, ou me aninhar em seus braços que ele me velará à verdade". Não. Acredite seja lá em quem/no que for, o sentido é exatamente o oposto. É AÇÃO. É intervir. É sair de cima da sua bunda e dizer não apenas "o que eu quero é isto", mas "que é que eu vou fazer agora pra conseguir isso" (I know what I want and I know how to get it - Sex Pistols). Você tá no 1º, 2º grau, universidade, apenas mais um dos que estão percorrendo um caminho já traçado que te levará sempre aos mesmo lugares, final feliz ou não, e que é muito útil para aqueles que não querem ver outros caminhos proliferando, desviando, saindo do controle. Porra, eu tô nesse caminho, a maioria de nós estamos. E daí? Se você gosta, tá realmente afim, você está sendo você mesmo e sabe que o que deve fazer é meter a cara e se dar bem. Mas se você não gosta, não tá afim, só enche o saco, AJA. Em vez de perder o sono com coisas do tipo o que vai ser do meu futuro, ou fumar maconha o dia inteiro, assuma que o seu futuro é agora e aja JÁ. Você é burro se precisar de alguém que lhe diga o que você deve fazer. No mínimo entrou de gaiato, porque parece uma mode legal, né? No fundo, moda é um guru dos pobres de espírito. Estilo. Moda alternativa. Existe um pessoal que cansou de esperar pelo futuro e resolveu fazê-lo agora. Não são os primeiros, nem os únicos, nem os últimos. Você pode encontrá-los em shows de grupos daqui de Brasília, pessoas nem um pouco preocupadas com o que as que supostamente traçam os caminhos tem a dizer a seu respeito. Cagam pra elas, acreditam em intervir e foram a luta. Tocando, transando um fanzine, se informando, produzindo, amando, dançando pra valer, usando pulseiras de tachas, gritando tá com nada pra tudo que acham que tá com nada. Manifestação. A opção é sua."

Por Fê Lemos, adolescente e punk, integrante do Aborto Elétrico, no tempo em que ainda pensava que poderia mudar o mundo.
(é o do meio na foto ao lado, pagando pose se Sid Vicious).

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Rio Pardo existiu, e existe

Desde pequena, sempre gostei de Rio Pardo, e vivia pedindo pra ir até lá, pra ver os prédios históricos e museus, ir naquela rua feita de pedra e comer os sonhos que uma senhora simpática sempre vendia ali perto. Fui crescendo e entendendo um pouco mais de história e achei fantástico tudo o que já acontecera por aquelas ruas, a importância que aquele lugar já teve a nível de Brasil, em contraposição ao esquecimento em que o município caiu nos dias de hoje. Mas enfim, mesmo tendo duas limitações notavelmente diminuídas ao longo do tempo e tendo se tornado uma pequena cidade um tanto atrasada, sempre nutri uma certa admiração por aquele pedaço de terra. Mais tarde ainda, percebi como as pessoas do maior município vizinho costumam ignorar tudo isso, e tomá-la como se fosse uma emancipação a partir do seu território, dependente e pouco desenvolvida, algo que sempre foi menor e menos importante. Dá uma raiva dessa ignorância. Puta mania desse povinho de se achar melhor que os outros, essa gente tem que acordar, isso sim! Vários outros municípios se emanciparam a partir de Sta. Cruz, mas Rio Pardo não, Rio Pardo sempre teve sua própria história, muitíssimo mais rica e interessante, por sinal. Sei lá, foram tantas coisas, a "tranqueira invicta" no tempo das Missões, a Guerra do Paraguai, a Revolução Farroupilha... É um belo resumo de boa parte dos acontecimentos mais importantes da história do Rio Grande do Sul. Por essas e tantas, que acho que o povo típico daqui/Sta. Cruz/colonização germânica, em seu estereótipo, não presta.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O que eu penso sobre shows de rock

Certamente muitos terão vontade de atirar pedra em mim, mas a questão é que eu simplesmente prefiro shows relativamente pequenos, de uma banda que eu curta muito, do que mega produções dos gigantes do rock. Não querendo desmerecer os gigantes, bem longe disso, mas o problema é quando as apresentações deles se tornam espetáculos. Para mim, não é assim que se faz rock. A coisa costuma ficar meio banalizada, muitas vezes nem dá pra enxergar a banda, o palco fica distante e o fã espremido em meio a gente suada. Não sei de vocês, mas eu não consigo curtir um grande show da mesma maneira como se fosse um pequeno e mais simples.
O admirador tem que participar, encontrar alguma maneira de se conectar diretamente com a música e com o artista. Liberar toda sua energia e entrar num estado de pseudo-hipnose em que nada mais importa, só estar ali, feliz da vida. Enfim, geralmente se encontram fenômenos desse tipo em ambientes menores, por que, além da tendência a unir somente os fãs de verdade, a proximidade com o artista é muito maior. Se torna possível sentir a música, sentir o que aquele cara lá no palco quer passar. Uma banda não é feita por seres utópicos, eles são pessoas comuns que nem fazem questão de terem seus pés beijados por uma manada de fãs gritantes (pelo menos as bandas que merecem meu respeito).
Ok ok, eu não pretendo virar amiga íntima do Bono Vox, mas vocês me entenderam (ou não, grande coisa né).

Vou virar gente grande


Quero deixar registrado aqui o momento que estou vivendo hoje. Bem, de uma maneira meio inesperada, eu passei na UFRGS. O plano inicial seria passar 2010 tranquilamente no colégio e em 2011 fazer cursinho e passar no vestibular. Pois é, pulei uma parte. Vou embora de casa, claro que não vou cortar os laços, mas de qualquer maneira vou morar a 150km de distância, numa cidade bilhões de vezes maior do que a de origem. Não tenho nenhum tipo de medo quanto a isso, aliás, acho uma coisa ótima, que eu realmente desejei nos últimos anos. Obviamente, ainda não caiu a ficha de que a hora chegou. Vou deixar uma porrada de coisa pra trás, mas, no geral, eu nunca gostei muito delas do mesmo. Amigos, sempre tive muito poucos, e não vou perdê-los por isso, com meu namorado é a mesma coisa. Não me simpatizo nenhum pouco (leia-se: odeio) a cidade de Sta Cruz do Sul e sua população típica, não faço questão nenhuma de continuar por aqui. Nunca fui, ou nunca gostei da ideia de ser, muito dependente da família para fazer as coisas, nunca tive problemas em passar um tempo sozinha ou em não estar rodeada de amigos. Mas, lá no topo, está o meu foco principal: a biomedicina. É sim, isso o início da realização de um sonho. Vou estudar só o que eu gosto, pelo que sou realmente apaixonada, ciência, biologia. Vai ser difícil? Vai! Mas quem disse que eu não quero se seja? E, como se isso não bastasse, vou viver em Porto Alegre. Ao que tudo indica, não é síndrome de jovem do interior deslumbrado com a cidade grande. Eu gosto mesmo de lá. Os shoppings pouco importam, prefiro comprar discos nas lojinhas da Borges mesmo. Acho tudo muito agradável lá na capital, mesmo que cheio de sujeira. E ainda tem a música, pois nessa parte confesso minha rebeldia quanto ao interior, pois não suporto balada e detesto sertanejo universitário! Sou do rock e jamais alguém mudará isso, da mesma forma com que nunca me renderei ao que repudio.
É, acho que vou virar gente grande. Vou fazer as compras do mercado (opa! isso eu já faço), vou cozinhar minhas refeições (opa! já faço também), pagar as contas (papai manda dinheiro - biomédico é pobre, sabia?), lavar a roupa (fácinho) e toda aquela história. Parece bom, não?

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

CHE

 
Sim, Ernesto Che Guevara é um GRANDE ícone pra mim, é como se eu o compreendesse em todos os seus atos, concordando ou não. Já li os seus diários, e o fato é que ele me parece muito familiar, às vezes até esqueço que já foi assassinado, e talvez por isso, nem conseguiria idolatrá-lo como um deus ou algo do tipo. Tenho uma bela camiseta com a sua face estampada, e um quadro seu pendurado na parede do meu quarto, mas da mesma maneira como tenho camisetas dos Ramones e um quadro deles também.
Não quero que as pessoas lembrem do Che como um sanguinário-guerrilheiro-comunista-comedor-de-criancinhas-que-passa-o-dia-fumando-cigarros-cubanos. Esse é o estereótipo que os Estados Unidos passaram para justificar a morte dele, esta sim sanguinária. Muito mais do que um guerrilheiro, ele era um pensador. O cara lia muito, tinha uma visão muito ampla e bem definida sobre o que acontecia (acontece?) no mundo, ele via as coisas do jeito que poucas pessoas conseguem, querem ou são permitidas a ver. Mas o mais importante, e o que faz dele um nome a ser lembrado, é que dedicou-se completamente a causa, lutando por ela até o fim, literalmente.
Ele detinha um carinho apaixonante pela América Latina, tanto que fez questão de conhecer cada pedacinho dela e tomar conta da sua realidade com os próprios olhos. Assistindo a continuidade do imperialismo ianque em terras latinas, e africanas também, lutou a vida inteira pela liberdade desses povos. O caminho escolhido foi o comunismo, que de fato seria o mais viável e igualitário, na medida do possível. A maneira para implantá-lo foi a luta armada, a guerrilha. E será que haveria outra forma? Frente a incessante vigilância dos EUA sob a ameaça que a frente revolucionária representava, creio que não. Por vias pacíficas, as manifestações certamente seriam reprimidas e divulgadas no jornal como atividades terroristas.
Ele não era cruel, não era violento, ele apenas teve uma ideologia e precisou se adaptar as circunstâncias. Só que ele falava, ele pregava seus ideais nem olhando para quem, ele queria, tinha uma vontade imensa de difundir o que ele pensava, o que ele sabia. E isso sim representava perigo. Ele queria conscientizar as pessoas do que estava acontecendo, seus guerrilheiros não eram meros soldados, eram defensores de uma causa. Tudo isso era um problemão e tanto para a potência capitalista que, fervorosamente imperialista, tinha (tem?) suas principais colônias fornecedoras de matérias primas em terras latinas. "Agora esse povo todo teria seus olhos abertos sobre a exploração que lhes impomos? Que absurdo! De maneira alguma vamoms deixar isso acontecer!! Quem é o responsável?? Tratem de aniquilá-lo a qualquer custo!" Simples assim.
Ele não lutou para se tornar um líder político, nem a fim de tornar-se um ícone a gerações e desdobrar-se em estampa de camisetas. Apenas lutou para defender o que achava certo, lutou pela mais pura igualdade e liberdade de todo e qualquer povo em cada cantinho do mundo.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Meu querido toca-discos

Mas se já inventaram a L7, o CD, até o MP3, MP4, MP5, enfim, essas tecnologias todas, por que ouvir um LP?
Certamente, não é mania underground, para parecer cool, pagando R$2500.000 por um toca-discos modernão e mais R$200 por cada LP remasterizado novo em folha. Isso não tem nada a ver, é até um desrespeito. Na verdade, esse meu aparelho do tamanho de uma mesa, que furtei da casa dos meus avós, é mais como uma máquina do tempo.
Bem, é claro que eu daria tudo para ter assistido aos shows dos Replicantes no Ocidente em meados dos anos 80 e grunir "ela me deeixoou, me trocoou, por um sandinista especialista em granada... de mããoo!" junto com o jovem Wander, por exemplo, mas nasci vários anos depois disso. Então eu vou lá numa lojinha obscura, e trago pra casa o disco de alguém que viveu aquilo. Ouvir da mesma maneira como as pessoas da época faziam, é sim uma forma de voltar no tempo.
Só que não tem graça nenhuma se o disco ou o aparelho forem novos, o ritual não estaria totalmente descaracterizado. E não é qualquer banda que "combina" com o toca-discos, tá certo que isso é bem pessoal, mas alguns álbuns não simplesmente não tem nada a ver. O que combina? Vejamos... Bob Dylan é perfeito, The Who tbm (eu ainda vou arrumar um LP deles com a ), TNT, Replicantes, Capital Inicial das antigas, Led, The Cure, Legião, Ramones, e por aí vai. Olha, acho que na real são aquelas bandas que mais dói no peito ao perceber que o tempo delas já era.
E dói mesmo viu. Vejo o rock hoje tão banalizado, tão sem sentido, vasto demais. Qualquer coisa colorida que sabe gemer pode ir lá no Faustão e dizer que é rock. E isso não é rock. É claro que ainda existem rockeiros e bandas rockeiras, mas estão vagando sem destino em meio a essa confusão. Não quero dizer que a época do rock, ou do que eu entendo por rock, já passou, está enterrada e não vai mais voltar. Não quero, não quero e não quero! Não.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O rock não morreu!

Yeah, eu quero mais rock! Mais rock nas ruas! Quero que os rockeiros de espírito saiam de suas tocas! JÁ! Quero movimento, fazer reviver a aura rockeira sobre todo mundo! Rock não está fora de moda, rock de verdade nunca ligou muito para a moda, ah, e que se dane a moda! Nós temos bandas fodonas aqui do nosso lado, mas que não tem onde tocar! Não podemos deixar que caiam no esquecimento, falta estímulo. Já foi diferente, tempos atrás, e me pergunto: o que houve de errado? Não pode simplesmente acabar assim, do nada. O rock tem que ser - e é - mais forte do que o "mercado", tem que ir contra o que eles querem mesmo, e continuar firme mesmo assim. E sim, os rockeiros continuam aí, sempre estarão (“...por que existe gente diferente por toda a parte”), podem estar se sentindo meio reprimidos pelas ondas coloridas e pops ou pelos chorosos sertanejos pseudo-universitários, mas coloquem uma Cachorro Grande ou Tequila Baby pra tocar, divulguem a deus e o mundo, e então me digam se não vai efervescer uma bela multidão! Hunf.




What Happened? - H2O

When it began, for those who don't know
it didn't matter how you looked or what you wore to a show
dress codes, FUCK NO! we didn't care
about the brand of your jeans and all that shit in your hair

But now the biggest part is all about the image and not the art
Fashion before passion!
And at nights, it makes me mad that I should have to ask:
What happened to the passion? (passion!)
What happened to the reason for screaming?
What happened the music and the message that I love?
What happened to the hard work? (hard work!)
And why does everybody look the same?
What happened the music and the message that I love?

And I know, that people change
and we go through different stages in life
and I'm not here to criticize
but the reason I scream, is a feeling inside

Lost (1,2,3,4) lifetime ago it seems
you gave up on your wildest dreams
but i refuse to let mine go
I took an oath, you can find me here
with an open heart and ears
refusing to surrender
I can't believe they don't remember
what it feels like to be young