Aqui estou eu, novamente, pregando por uma profunda reforma na educação pública. A "drugs war" no Rio é mais um reflexo desse sistema falido, tendo sua raiz trincada no problema da educação, ou da ausência da mesma. De que adiantam camburões, militares e policiais do BOPE? Vão matar culpados e alguns inocentes, abalar famílias, deixar crianças traumatizadas, causar revolta e rebeliões... Mas vão solucionar o problema? Claro que não! Novos culpados sempre substituirão os mortos. É só mais uma medida provisória, bem do tipo a que já estamos tão acostumados. Populismo é do século passado, assim como seu assistencialismo com líderes carismáticos. O Lula trouxe montanhas de pobres a beirar a classe média, e isso estimula a economia e tudo mais, mas ainda não encara a raiz do problema. Ele continua aí.
Minha teoria parece simples demais - e pode até ser, qual seria o problema? Defendo que só revolucionando a educação tornaremos o Brasil uma nação sustentável e estabilizada. A partir disso, todo o resto seria mera consequência. Como? Educando sistematicamente toda a população, valorizando o bom ensino e o conhecimento, ensinando a pensar por si mesmo, tornando o ato de estudar algo agradável, sempre respeitando tanto as aptidões como as limitações individuais.
A escola atuaria como formadora de cidadãos respeitáveis, críticos e ativos, muito mais do que o faz hoje. Esses não aceitarão, de nenhuma forma, uma política ordinária e corrupta, não sustentarão o tráfico nem o parasitismo político. Sempre lutarão por seus direitos e suas liberdades e farão suas vozes serem ouvidas. Pessoas inteligentes, trabalhando e se destacando no que fazem, se tornando profissionais realizados. É exatamente disso que nosso país precisa, para então podermos jogar nossos camburões e Bolsas Famílias no lixo.
A cena do tráfico cair dessa forma na mídia é ótimo. Certamente, muitos de classes mais favorecidas nunca tiveram contato com essa realidade. Melhor ainda se as pessoas, em especial os jovens, compreendessem que o tráfico só existe por que é sustentado por quem consume, e que não adianta refletir com relação a isso ao mesmo tempo em que compram drogas. Mesmo longe do Rio, o sistema é interligado e dependente.
Aí entra o conflito com relação a legalização do uso de drogas, que provavelmente amorteceria esse trágico cenário. Ideologicamente, sou a favor da liberação de todo o tipo de droga, entorpecentes e bebidas para todas as idades. O Estado, com suas leis, não tem o direito de governar sobre as pessoas e estipular suas escolhas, somos livres, temos de ser! Tudo depende da consciência e da
EDUCAÇÃO de cada um. Mas isso, só na minha utópica realidade perfeita, que - ainda - está bem longe daqui.