Há uns dias atrás, ouvi uma colega contar que foi elogiada pela professora ao encontrá-la na igreja no domingo pela manhã, dizendo que a juventude não estava perdida. Mas pior ainda foi ler, na superestimada revista Capricho (é de se entender, afinal, era aula de física e ainda afirmo que a matéria com o Cine me rendeu ótimas risadas), o depoimento de um garoto de 15 anos, contando que havia engravidado uma menina, mas não conseguia compreender como. Ele dizia que haviam feito tudo “direitinho”, inclusive não usando métodos contraceptivos, camisinha e pílula, os quais “o papa não gosta”. Francamente, que tipo de conscientização é essa?
Esses dois acontecimentos me fizeram pensar sobre... O fato é o de que ainda está muito forte a idéia que vincula diretamente a Igreja à boa conduta, de que o quem a freqüenta é necessariamente alguém respeitoso e bem educado. Isso não tem NADA a ver. É claro que em tempos remotos, onde ainda éramos praticamente bárbaros, a Igreja Cristã exerceu importantíssima influência, assim como mais tarde, monopolizando e bancando o sistema de ensino por longo tempo. Sem ela não teríamos Mendel, sem Mendel não teríamos Darwin! Porém, hoje, ela está mais para um entrave nesse meio. A partir do momento em que a ciência passou a ser estudada com maiores detalhes, revelaram-se inúmeras contraposições com o que pregam os bons cristãos, e muitos deles se voltaram contra a difusão científica, como se percebe na proposta de proibir o ensino da evolução darwiniana nas escolas norte americanas.
Sim, a Igreja foi ótima para que passemos a conviver pacificamente em sociedade, mas hoje, definitivamente, não é necessário freqüentar uma Igreja, nem mesmo crer em um ser superior, para ser uma pessoa do bem. Muitas vezes os ateus são mais pacíficos do que os crentes, até pelas inúmeras e violentar guerras motivadas pelo fundamentalismo. Eu posso muito bem não crer no Deus católico e mesmo assim ajudar uma velhinha a atravessar a rua. Ao contrário do que foi e é difundido pelos meios religiosos, ou pelo menos permanece impregnado no imaginário popular, o ateu não é necessariamente de má índole ou um rebelde comunista (valeu Mussolini!), muito menos vai arder no fogo do inferno. Ele simplesmente não tem porque ser mais vulnerável a tomar aspectos negativos em sua personalidade do que qualquer religioso (apenas evidentes tendências a ser mais inteligente e não tornar-se pai aos 15).
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