sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O que eu penso sobre shows de rock

Certamente muitos terão vontade de atirar pedra em mim, mas a questão é que eu simplesmente prefiro shows relativamente pequenos, de uma banda que eu curta muito, do que mega produções dos gigantes do rock. Não querendo desmerecer os gigantes, bem longe disso, mas o problema é quando as apresentações deles se tornam espetáculos. Para mim, não é assim que se faz rock. A coisa costuma ficar meio banalizada, muitas vezes nem dá pra enxergar a banda, o palco fica distante e o fã espremido em meio a gente suada. Não sei de vocês, mas eu não consigo curtir um grande show da mesma maneira como se fosse um pequeno e mais simples.
O admirador tem que participar, encontrar alguma maneira de se conectar diretamente com a música e com o artista. Liberar toda sua energia e entrar num estado de pseudo-hipnose em que nada mais importa, só estar ali, feliz da vida. Enfim, geralmente se encontram fenômenos desse tipo em ambientes menores, por que, além da tendência a unir somente os fãs de verdade, a proximidade com o artista é muito maior. Se torna possível sentir a música, sentir o que aquele cara lá no palco quer passar. Uma banda não é feita por seres utópicos, eles são pessoas comuns que nem fazem questão de terem seus pés beijados por uma manada de fãs gritantes (pelo menos as bandas que merecem meu respeito).
Ok ok, eu não pretendo virar amiga íntima do Bono Vox, mas vocês me entenderam (ou não, grande coisa né).

Vou virar gente grande


Quero deixar registrado aqui o momento que estou vivendo hoje. Bem, de uma maneira meio inesperada, eu passei na UFRGS. O plano inicial seria passar 2010 tranquilamente no colégio e em 2011 fazer cursinho e passar no vestibular. Pois é, pulei uma parte. Vou embora de casa, claro que não vou cortar os laços, mas de qualquer maneira vou morar a 150km de distância, numa cidade bilhões de vezes maior do que a de origem. Não tenho nenhum tipo de medo quanto a isso, aliás, acho uma coisa ótima, que eu realmente desejei nos últimos anos. Obviamente, ainda não caiu a ficha de que a hora chegou. Vou deixar uma porrada de coisa pra trás, mas, no geral, eu nunca gostei muito delas do mesmo. Amigos, sempre tive muito poucos, e não vou perdê-los por isso, com meu namorado é a mesma coisa. Não me simpatizo nenhum pouco (leia-se: odeio) a cidade de Sta Cruz do Sul e sua população típica, não faço questão nenhuma de continuar por aqui. Nunca fui, ou nunca gostei da ideia de ser, muito dependente da família para fazer as coisas, nunca tive problemas em passar um tempo sozinha ou em não estar rodeada de amigos. Mas, lá no topo, está o meu foco principal: a biomedicina. É sim, isso o início da realização de um sonho. Vou estudar só o que eu gosto, pelo que sou realmente apaixonada, ciência, biologia. Vai ser difícil? Vai! Mas quem disse que eu não quero se seja? E, como se isso não bastasse, vou viver em Porto Alegre. Ao que tudo indica, não é síndrome de jovem do interior deslumbrado com a cidade grande. Eu gosto mesmo de lá. Os shoppings pouco importam, prefiro comprar discos nas lojinhas da Borges mesmo. Acho tudo muito agradável lá na capital, mesmo que cheio de sujeira. E ainda tem a música, pois nessa parte confesso minha rebeldia quanto ao interior, pois não suporto balada e detesto sertanejo universitário! Sou do rock e jamais alguém mudará isso, da mesma forma com que nunca me renderei ao que repudio.
É, acho que vou virar gente grande. Vou fazer as compras do mercado (opa! isso eu já faço), vou cozinhar minhas refeições (opa! já faço também), pagar as contas (papai manda dinheiro - biomédico é pobre, sabia?), lavar a roupa (fácinho) e toda aquela história. Parece bom, não?

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

CHE

 
Sim, Ernesto Che Guevara é um GRANDE ícone pra mim, é como se eu o compreendesse em todos os seus atos, concordando ou não. Já li os seus diários, e o fato é que ele me parece muito familiar, às vezes até esqueço que já foi assassinado, e talvez por isso, nem conseguiria idolatrá-lo como um deus ou algo do tipo. Tenho uma bela camiseta com a sua face estampada, e um quadro seu pendurado na parede do meu quarto, mas da mesma maneira como tenho camisetas dos Ramones e um quadro deles também.
Não quero que as pessoas lembrem do Che como um sanguinário-guerrilheiro-comunista-comedor-de-criancinhas-que-passa-o-dia-fumando-cigarros-cubanos. Esse é o estereótipo que os Estados Unidos passaram para justificar a morte dele, esta sim sanguinária. Muito mais do que um guerrilheiro, ele era um pensador. O cara lia muito, tinha uma visão muito ampla e bem definida sobre o que acontecia (acontece?) no mundo, ele via as coisas do jeito que poucas pessoas conseguem, querem ou são permitidas a ver. Mas o mais importante, e o que faz dele um nome a ser lembrado, é que dedicou-se completamente a causa, lutando por ela até o fim, literalmente.
Ele detinha um carinho apaixonante pela América Latina, tanto que fez questão de conhecer cada pedacinho dela e tomar conta da sua realidade com os próprios olhos. Assistindo a continuidade do imperialismo ianque em terras latinas, e africanas também, lutou a vida inteira pela liberdade desses povos. O caminho escolhido foi o comunismo, que de fato seria o mais viável e igualitário, na medida do possível. A maneira para implantá-lo foi a luta armada, a guerrilha. E será que haveria outra forma? Frente a incessante vigilância dos EUA sob a ameaça que a frente revolucionária representava, creio que não. Por vias pacíficas, as manifestações certamente seriam reprimidas e divulgadas no jornal como atividades terroristas.
Ele não era cruel, não era violento, ele apenas teve uma ideologia e precisou se adaptar as circunstâncias. Só que ele falava, ele pregava seus ideais nem olhando para quem, ele queria, tinha uma vontade imensa de difundir o que ele pensava, o que ele sabia. E isso sim representava perigo. Ele queria conscientizar as pessoas do que estava acontecendo, seus guerrilheiros não eram meros soldados, eram defensores de uma causa. Tudo isso era um problemão e tanto para a potência capitalista que, fervorosamente imperialista, tinha (tem?) suas principais colônias fornecedoras de matérias primas em terras latinas. "Agora esse povo todo teria seus olhos abertos sobre a exploração que lhes impomos? Que absurdo! De maneira alguma vamoms deixar isso acontecer!! Quem é o responsável?? Tratem de aniquilá-lo a qualquer custo!" Simples assim.
Ele não lutou para se tornar um líder político, nem a fim de tornar-se um ícone a gerações e desdobrar-se em estampa de camisetas. Apenas lutou para defender o que achava certo, lutou pela mais pura igualdade e liberdade de todo e qualquer povo em cada cantinho do mundo.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Meu querido toca-discos

Mas se já inventaram a L7, o CD, até o MP3, MP4, MP5, enfim, essas tecnologias todas, por que ouvir um LP?
Certamente, não é mania underground, para parecer cool, pagando R$2500.000 por um toca-discos modernão e mais R$200 por cada LP remasterizado novo em folha. Isso não tem nada a ver, é até um desrespeito. Na verdade, esse meu aparelho do tamanho de uma mesa, que furtei da casa dos meus avós, é mais como uma máquina do tempo.
Bem, é claro que eu daria tudo para ter assistido aos shows dos Replicantes no Ocidente em meados dos anos 80 e grunir "ela me deeixoou, me trocoou, por um sandinista especialista em granada... de mããoo!" junto com o jovem Wander, por exemplo, mas nasci vários anos depois disso. Então eu vou lá numa lojinha obscura, e trago pra casa o disco de alguém que viveu aquilo. Ouvir da mesma maneira como as pessoas da época faziam, é sim uma forma de voltar no tempo.
Só que não tem graça nenhuma se o disco ou o aparelho forem novos, o ritual não estaria totalmente descaracterizado. E não é qualquer banda que "combina" com o toca-discos, tá certo que isso é bem pessoal, mas alguns álbuns não simplesmente não tem nada a ver. O que combina? Vejamos... Bob Dylan é perfeito, The Who tbm (eu ainda vou arrumar um LP deles com a ), TNT, Replicantes, Capital Inicial das antigas, Led, The Cure, Legião, Ramones, e por aí vai. Olha, acho que na real são aquelas bandas que mais dói no peito ao perceber que o tempo delas já era.
E dói mesmo viu. Vejo o rock hoje tão banalizado, tão sem sentido, vasto demais. Qualquer coisa colorida que sabe gemer pode ir lá no Faustão e dizer que é rock. E isso não é rock. É claro que ainda existem rockeiros e bandas rockeiras, mas estão vagando sem destino em meio a essa confusão. Não quero dizer que a época do rock, ou do que eu entendo por rock, já passou, está enterrada e não vai mais voltar. Não quero, não quero e não quero! Não.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O rock não morreu!

Yeah, eu quero mais rock! Mais rock nas ruas! Quero que os rockeiros de espírito saiam de suas tocas! JÁ! Quero movimento, fazer reviver a aura rockeira sobre todo mundo! Rock não está fora de moda, rock de verdade nunca ligou muito para a moda, ah, e que se dane a moda! Nós temos bandas fodonas aqui do nosso lado, mas que não tem onde tocar! Não podemos deixar que caiam no esquecimento, falta estímulo. Já foi diferente, tempos atrás, e me pergunto: o que houve de errado? Não pode simplesmente acabar assim, do nada. O rock tem que ser - e é - mais forte do que o "mercado", tem que ir contra o que eles querem mesmo, e continuar firme mesmo assim. E sim, os rockeiros continuam aí, sempre estarão (“...por que existe gente diferente por toda a parte”), podem estar se sentindo meio reprimidos pelas ondas coloridas e pops ou pelos chorosos sertanejos pseudo-universitários, mas coloquem uma Cachorro Grande ou Tequila Baby pra tocar, divulguem a deus e o mundo, e então me digam se não vai efervescer uma bela multidão! Hunf.




What Happened? - H2O

When it began, for those who don't know
it didn't matter how you looked or what you wore to a show
dress codes, FUCK NO! we didn't care
about the brand of your jeans and all that shit in your hair

But now the biggest part is all about the image and not the art
Fashion before passion!
And at nights, it makes me mad that I should have to ask:
What happened to the passion? (passion!)
What happened to the reason for screaming?
What happened the music and the message that I love?
What happened to the hard work? (hard work!)
And why does everybody look the same?
What happened the music and the message that I love?

And I know, that people change
and we go through different stages in life
and I'm not here to criticize
but the reason I scream, is a feeling inside

Lost (1,2,3,4) lifetime ago it seems
you gave up on your wildest dreams
but i refuse to let mine go
I took an oath, you can find me here
with an open heart and ears
refusing to surrender
I can't believe they don't remember
what it feels like to be young