Vamos partir do princípio de que cada novo conhecimento adquirido ocasiona novas sinapses entre os axônios e os corpos celulares dos neurônios. Esses neurônios que sofrem novas sinapses já estão lá em nosso cérebro, pois tais células não tem poder autoduplicativo, apenas regenerativo. Portanto, todas as sinapses que efetuaremos já estão predispostas a acontecer, afinal, os neurônios que as protagonizaram já estão em plena existência. Só basta que nos encontremos em situações específicas para que essas ligações ocorram.
Talvez isso explique a tal de vocação. No caso de um ótimo músico, por exemplo, em um certo momento de sua vida, ele vive uma ou varias situações que o estimula a “descobrir” sua capacidade excepcional para o ramo musical, ou seja, o estimula a efetuar sinapses entre neurônios responsáveis por tais habilidades. Já algum leigo na área da musica que não tem “vocação” para tal arte, não possui em seu cérebro os neurônios necessários para as sinapses que o expert em musicalidade efetua. As possibilidades de conhecimento em certas áreas são mais restritas para alguns do que para outros que já nasceram com os neurônios para tal tipo de conhecimento.
Para mim, loucamente apaixonada pela genética (e que isso fique bem claro, ok Regina?), é lógico que herdamos nossa capacidade intelectual de nossos progenitores. O código genético de cada indivíduo especifica quais tipos de neurônios ele deverá produzir, logo, quais sinapses ele efetuará e que tipo de aptidões ele terá.
Batendo um papo com o meu velho (? hahah), ele me levou a relacionar isso com a espiritualidade, sendo que ele é adepto a grande parte das pregações do espiritismo. Segundo a interpretação dele, todos os seres humanos possuem uma ou mais missões a cumprir aqui na Terra. Para conseguir realizá-las, cada um nasce num ambiente em que seja possível exercitar atividades relacionadas à sua missão.
Unindo ao meu ponto de vista biológico, isso significa conviver num local onde predominem estímulos para efetuar as sinapses necessárias aos conhecimentos dos quais possui elevada aptidão. Além disso, cada indivíduo também deverá nascer numa família em que, graças à genética e seu excepcional-lindo-magnífico-esplêndido-perfeito-mágico crossing over, possuirá os neurônios compatíveis à sua “missão”.
Isso tudo tem a ver com o que dizia René Descartes, um filósofo do século XV, na época do Iluminismo, autor da frase “Penso, logo existo”. Suas “idéias inatas” seriam os neurônios só esperando para fazerem sinapses. Porém, Descartes rejeitava a idéia de John Locke, na qual nossa mente seria uma tabula rasa, preenchida com a experiência. Minha idéia une as duas opiniões, mesmo que contraditórias, ainda que estando um pouco mais direcionada ao Descartes. Somos uma tábula rasa, apenas preenchida com idéias inatas, que deixarão de ser inatas com a aquisição de experiências.
De fato, há uma grande possibilidade de o que eu estar escrevendo ser uma grande viagem, ou não. Vai que eu ainda receba um Prêmio Nobel por essa hipótese (até lá teoria), hein? Muahahah, mundo da ciência que aguarde, Supersonic Même está chegando!
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