domingo, 27 de janeiro de 2013

5’ → 3’

Afinal, para quê servem as pessoas? Quais as minhas funções? Para quê estou aqui?
Eu digo, qual a essência disso tudo?
Será que é preciso tanta pressa, tanta cobrança, tanto estresse, tantos problemas? Pelo menos essa resposta acho que, no fundo, eu sei: não.
De quê adianta fazer tudo, mas não fazer mais nada?
De quê adianta 30 créditos por semestre, se não se tem paz mental? Se não se tem tempo para ler um livro diferente, se mal sobra tempo para diversão? Se afeta os relacionamentos, se falta tempo para os amigos, o namorado e a família? Isso não parece ser o jeito certo. Isso parece o jeito que querem fazer você pensar que é o certo. E eu não consigo viver assim. Ou melhor, eu sei que sou capaz, mas não consigo viver bem dessa forma. Eu preciso de projetos paralelos.
Eu não preciso ser um gênio precoce. Desse jeito é tanto cortisol que eu nem iria durar para receber meu Nobel - e olha que eles não dedicam prêmios pos mortem. Eu quero ter o meu tempo.
Pode ser que é uma fase e que depois tende a ficar mais tranquilo, mas já senti na pele que um só semestre de estresse pode fazer um estrago. E um estresse um tanto desnecessário, no fim.
Eu quero mais é viver bem cada dia, não quero pensar que o "céu" me espera daqui a algum tempo. Eu quero fazer o meu céu hoje, da melhor maneira que for conveniente. Eu amo muito o que eu faço e eu quero fazer da melhor maneira que eu puder, não quero deixar que a pressa e a cobrança mascarem o brilho e a paixão que desperta em mim.
Afinal, qual seria o sentido?
Todo o mundo está planejado para que as pessoas só façam, façam rápido e não tenham brechas para pensar nem refletir. Existe uma cobrança gigante para ser "útil" à sociedade. Mas qual a preocupação em ser útil para si próprio? Não é a toa que terapia psicológica têm se tornado tão comum. Todo mundo está ficando louco. Não fomos feitos para isso, não adianta forçar pois a nossa espécie simplesmente não funciona assim.
Os dias passam rápido demais, e cada vez mais rápido. Eu quero viver cada dia. Não quero que eles passem sem mal eu ver. Eu sei, bate aquele aperto, aquela dúvida se dará tempo para fazer tudo o que eu quero. Mas cultivar uma pressa absurda é absurdo demais. Muito provavelmente as consequências patológicas do estresse tomarão bem mais tempo no futuro. Não vale a pena.
Na verdade, admito que eu sinto que quero muito ser útil para a sociedade. Mas do meu jeito, do jeito que eu sou capaz. Eu quero ver as coisas melhorarem, eu quero ajudar o mundo a ir para a frente. Eu quero deixar a minha marca por aqui. Se bem que, no fim, eu só quero viver em paz, ser feliz, fazer as pessoas que eu amo felizes também e, se der um tempinho, encontrar a cura para alguma doença.
Uma dica (que talvez sirva mais para eu mesma do que para qualquer outro que vá ler isso aqui): se preocupe só com o que é importante, valorize as coisas pequenas que no fundo são importantes para ti, seja feliz e faça o bem, não deixe que a correria da sociedade domine a tua cabeça, por favor, não vire um alienado, não estrague tua saúde mental. Cara, pare e olhe em volta, o mundo é lindo e fascinante!
Se vamos viver 1, 8 ou 80 vezes eu não sei. Mas essa vida é agora, ela é imprevisível e não vai durar muito.



Um comentário:

  1. Ler tuas postagens fazem passar um turbilhão de centenas de milhares de pensamentos na minha cabeça. Dilemas clichês de adolescentes, mas ninguém parou pra pensar que isso existe mesmo, então não tão clichê...sei lá.

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